Eu Hecate sou a senhora da terra, sou ctónia, sou a alma do mundo e o pilar central de todos os mundos, me chamam assim de Axismundi.
Sou Antea aquela que é inimiga da humanidade neste momento. Eu coloco todo meu flagelo sobre os homens, mulheres, crianças e idosos.
Sou Pereseis a senhora da morte, que leva a humanidade para meus domínios debaixo da terra, sobre as covas e caixões, ou reduzo-os em cinzas através de minhas chamas sagradas.
Sou Brimo a impiedosa, sou aquela que é furiosa, e a humanidade sendo neste momento senti toda minha ira, meu açoite, minhas lâminas e venenos sobre o ar, pois desrespeitam o útero do mundo, o meu útero. Assim como eu, os Daemons e sombras de meu secto são solitários e querem um local silencioso para seus descansos e sustento o mundo de vocês é imbuído em neste silencio e isolamento.
Nesta primavera começo a vir como senhora do caldeirão, a senhora das alquimias e transmutação, para que assim quem sabe eu consiga, levar a cura para os necessitados e os que merecem. Sou a Deusa da vida morte e renascimento, sou a parteira de almas e também sou uma grande mãe que entrega os remédios para seus filhos, os encantos necessários para que meus filhos possam sobreviver as diversas crise. Como mãe de Pharmaka entrego-os os dons e dadivas da cura e das ervas medicinais.
Sou Sotera a salvadora, sou aquela que é Curotrofa e auxilio e cuido dos mais jovens, a humanidade neste momento é apenas uma criança que deve ser cuidada em meus braços. Afinal de contas, amor nao é apenas carinho, mas também o castigo quando assim se faz necessário.
Sou a senhora escura e clara, sou a mãe que traz o colo e amamenta suas crias em meus ceios, aquela que traz o dia com bonança e o encontro social de meus filhos e filhas entorno de minhas chamas sacras, mas também sou a mãe que segura o açoite e castiga teus filhos trazendo noites tortuosas, os proibindo do encontro com teus irmãos e irmãs, obrigando muitos a ficarem em seus cantos refletindo sobre as mesquinhes de suas almas e escolhas de vida.
Como uma grande mãe e senhora do mundo, eu sou o sagrado feminino e a própria terra e exijo o respeito com meu corpo e com meu útero. Que as mulheres e homens poderosos sejam minha voz na terra e não sejam contra mim, pois não há nada na existência que vencera as tormentas daquela que é mãe da vida, morte e renascimento, e de todos os caminhos trivios que este é, foi e será.
Abençoados sejam todos os meus filhos que caminham comigo.
Abençoados sejam os meus filhos que caminham sobre minha noite.
Abençoado sejam os meus filhos que possuem a magia em suas entranhas.
Abençoado sejam aqueles que cuidam do meu corpo, pois minha presença como alma do mundo é imanente, pois sou a senhora do mundo.
Hecate, Hecate, Hecate.
Imagem retirada do Printerest
Hino Órfico a Hécate:
À Hécate dos três caminhos / e encruzilhadas eu canto; No céu, na terra e no mar, / de açafrão é seu manto. Nas tumbas celebrando Baco, / se une às almas dos mortos; Filha de Perses, solitária, / ela se delicia em cervos. Irresistível rainha, / à noite ela os cães assiste; Em grito às feras, desarmada, / a ela ninguém resiste. Rainha e senhora do mundo, / de touro é sua tiara; Líder das chaves, cuidadora, / pelas montanhas ela caça. Seja presente, ó donzela, / em prece aos sagrados ritos; Ao devoto sê propícia, / ó sempre alegre espírito.
Eu Sou A do Início A do começo de tudo. Eu Sou AquelA que sempre existiu, A Inteira. Feliz na Minha TOTALIDADE... Eu tenho tantas possibilidades e Eu Me reparto em tantas partes que é inútil a vocês, tentarem conhecê-Las, todas... Contentem-se com o que conseguirem definir como família, como parte de você... E entenda... minha criança amada, filh@ das Estrelas... Que Eu Sou também aquilo que você abomina e rejeita Sinta-se pleno e me compreenda em todas as Suas possibilidades Sim! Suas possibilidades... Porque se você é parte de Mim também é o Todo e também merece o Nome que se inicia com a letra maiúscula, que só eu e você conhecemos. HONREM-ME!! E me aceitem amados, me aceitem mesmo naquilo em que vocês não dão conta. Então Eu saberei que estão aceitando a Vocês mesmos.
(Allys Madron Lua da Bétula – Crescente – 2017)
Imagem extraída do Printerest
Hino a Hécate (Teogonia, vv.404-452)
Febe entrou no amoroso leito de Coios e fecundou a Deusa o Deus em amor, ela gerou Leto de negro véu, a sempre doce, boa aos homens e aos Deuses imortais, doce dês o começo, a mais suave no Olimpo. Gerou Astéria de propício nome, que Perses conduziu um dia a seu palácio e desposou, e fecundada pariu Hécate a quem mais Zeus Cronida honrou e concedeu esplêndidos dons, ter parte na terra e no mar infecundo. Ela também do Céu constelado partilhou a honra e é muito honrada entre os Deuses imortais. Hoje ainda, se algum homem sobre a terra com belos sacrifícios conforme os ritos propicia e invoca Hécate, muita honra o acompanha facilmente, a quem a Deusa propensa acolhe a prece; De quantos nasceram da Terra e do Céu e receberam honra, de todos obteve um lote; nem o Cronida violou nem a despojou do que recebeu entre os antigos Deuses Titãs, e ela tem como primeiro no começo houve a partilha. Nem porque filha única menos partilhou de honra e de privilégio na terra e no céu e no mar mas ainda mais, porque honra-a Zeus. A quem quer, grandemente dá auxílio e ajuda, no tribunal senta-se junto aos reis venerandos, na assembléia entre o povo distingue a quem quer, e quando se armam para o combate homicida os homens, aí a Deusa assiste a quem quer e propícia concede vitória e oferece-lhe glória. Diligente quando os homens lutam nos jogos aí também a Deusa lhe dá auxílio e ajuda, e vencendo pela força e vigor, leva belo prêmio facilmente, com alegria, e aos pais dá a glória. Diligente entre os cavaleiros assiste a quem quer, e aos que lavram o mar de ínvios caminhos e suplicam a Hécate e ao troante Treme-terra, fácil a gloriosa Deusa concede muita pesca ou surge e arranca-a, se o quer no seu ânimo. Diligente no estábulo com Hermes aumenta o rebanho de bois e a larga tropa de cabras e a de ovelhas lanosas, se o quer no seu ânimo, de pouco avoluma-os e de muitos faz menores. Assim, apesar de ser a única filha de sua mãe, entre imortais é honrada com todos os privilégios. O Cronida a fez nutriz de jovens que depois dela com os olhos viram a luz da multividente Aurora. Assim dês o começo é nutriz de jovens e estas as honras.
(Tradução de Jaa Torrano)
Imagem de Ilram Carlaextraida do Printerest
Agathos Daimon
"Agathos Daimon, tu sentas no canto de meu lar, na sombra fria da minha despensa, como escapaste do calor insuportável do impiedoso sol do Egito. Tua presença é uma bênção, trazendo promessas de segurança e crescimento. Tu não te importas com os hinos de longas folhas, plenos de louvores vãos e com os templos imponentes de estátuas douradas e com os sacerdotes que queimam custosos incensos em seu altar. Tu estás bastante contente com a tigela humilde de leite que verto a ti a cada manhã e os bolos de mel deixados em teu canto sagrado na lua nova. Na maioria das vezes, tu desejas um lugar silencioso para dormir e ser deixado sozinho enquanto cuidas de teus negócios serpentinos. E por isso és generoso além da medida, mantendo meu lar seguro, minha família saudável, e meus armários bem abastecidos. Não é de se surpreender que os homens te chamem de bom espírito, pois quem mais entre os abençoados imortais é mais gentil com os mortais do que tu?"
(do Sannion, traduzido por Alexandra Nikaios)
Imagem extraída da Internet
Hino a Atena, de Proclus
Filha de Zeus portador-da-égide, divina, Propícia a tuas preces votivas te inclinas, Da fronte do grande pai supremamente brilhante, Saltaste para a luz como um fogo ressoante. Deusa que porta o escudo, ouça, a quem desfrutar De uma mente valorosa e com poder de o forte domar! Ó, surgida de um poder sem par, com alegre mente Aceita este hino; gentil e benevolente! Por tuas mãos, os portões sagrados da sabedoria São amplamente abertos; e a ousada companhia De gigantes ctônicos, que em ímpia batalha armados Luta com teus parentes, por teu poder foram derrotados. Uma vez, por teu cuidado, como cantam poetas sagrados, O coração de Baco, rei rapidamente assassinado, Foi salvo no éter, quando, com um feroz fogo, Os Titãs contra sua vida conspiraram logo; E com incansável ira e sede por sangue coagulado, Suas mãos e membros em pedaços foram destroçados: Mas, sempre atenta à vontade de teu pai ver, Teu poder o preservou de a doença lhe abater, Até dos secretos conselhos de seu pai Zeus, E nascer de Semele através do fogo dos céus, O Grande Dioniso ao mundo apresentado Novamente apareceu com ânimo renovado. Uma vez, também, teu machado de guerra, em inigualável hora, Sacou de seus pescoços selvagens as cabeças fora De furiosas bestas, e assim ficaram as pestes destruídas As quais há muito deixavam a onividente Hécate aborrecida. Por ti o poder do grande Zeus se ergueu Para guarnecer os mortais com um deleite seu: E toda a largura da vida e a vária extensão dela dominas Cada parte para embelezar com tuas artes divinas: Revigorados, portanto, por ti, encontramos Um demiurgo impulso na mente que levamos. Torres altamente erguidas, e fortes para proteção, A ti, temível deidade guardiã, pertencem então, Como símbolos próprios da altura exaltada Estas séries entre os pátios de luz são clamadas. Terras amadas por ti são dispostas a aprender, E Atenas, ó Atena, é tua a reaver! Grande deusa, ouça! e, na minha mente escurecida Verta tua luz pura em ilimitada medida; - Tua sagrada luz, Ó toda-protetora rainha, Que irradia o eterno de tua face serena: Minha alma, enquanto vagueia pela terra, inspira Com o abençoado fogo de tua própria e impulsiva pira; E a teus relatos, místicos e divinos, dê Todos os poderes com sagrada luz resplandecer. Dê amor, sabedoria e um poder de amar de fato, Com incessante inclinação aos reinos do alto; Assim como, inconsciente do controle da base terrena, Gentilmente atrai a alma que o vício domina; Da região escura da noite, ajude-a a se retirar, E, mais uma vez, conquiste o palácio de seu lar: E, se em mim vier alguns infortúnios causticantes, Remova a aflição, e abençoa esse teu suplicante. Deusa que tudo salva, às minhas preces te inclines! Nem deixai essas hórridas punições serem minhas As quais culpadas almas no Tártaro confinam, Com grilhões atados a seus solos infernais, E presos pelas enormes portas de ferro nos umbrais. Ouça-me, e salva (pois o poder é todo teu aqui) Esta alma desejosa de pertencer somente a ti.
(tradução e rimas de Alexandra a partir do inglês de Thomas Taylor)
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Hino Homérico XXIV - A Héstia
Héstia, quem, das altas moradas de tudo recebeu, dos deuses imortais e dos homens que vão pela terra, um lugar eterno de alta honra e nobre direito, e digna porção, pois sem ti não há banquetes entre os mortais, sem ofertar o primeiro e o último a Héstia, vertendo o vinho tão doce como o mel. E tu, assassino do Argo, filho de Zeus e Maia, mensageiro dos deuses, com o bastão dourado, doador de boas coisas, sê a nós favorável, vem em nossa ajuda, com a amada Héstia e juntos habitem esta boa casa em amizade; pois sabeis as nobres ações dos homens, ajuda em seus pensamentos [e forças]. Saúdo a filha de Cronos, e a Hermes do bastão dourado.
Agathos Daimon, serpentino espírito alojado em minha despensa, A quem ofereço parte do que como e a quem verto libações após o início da lua nova; Companheiro constante, que me guarda a alma por todo o meu dia, És generoso com meu lar e minha família, e abasteces onde guardo meus haveres. Porque és 'agathos', porque és bom, e refletes a bondade que devo espelhar em minha vida, Conceda-me a continuidade de nossa amizade e mantém a prosperidade em meu lar. Que não nos falte alimento, físico e espiritual, e que eu sempre tenha o que compartilhar contigo e com os meus. Aquece nosso estômago e nosso coração, e, junto a Héstia, promova a união de nossa família em torno da mesa. E que tenhamos saúde e disposição para andar sempre junto a ti.
(Alexandra Nikaios)
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Hino de Safo a Afrodite
No trono Afrodite imortal Filha de Zeus, que tece ardis, Não me dê tristes desejos, senhora do coração. Mas, antes, vem para perto agora S'alguma vez ouviste minha voz de longe, Me atendeste e deixaste o teu pai no lar dourado. Em tua carruagem de belas aves, Sobre a terra negra os pardais Voam rápido pelo céu nebuloso, no meio do ar. Eles chegam e tu, ó abençoada, Me sorris com teu rosto imortal, Me perguntas por que de novo sofro E por que a chamo. E o qu'eu mais quero que me aconteça Neste coração, 'a quem persuadir novamente, Safo, e a ti conduzir? Quem te injustiça?' 'Pois se ela foge, logo te segue Se recusa algo, logo te dá Se não ama, logo ela amará Mesmo sem querer.' Vem me libertar da dificuldade E aquilo que o meu coração anseia Realizar, deusa, realiza. Sê minh'aliada.
Vem, venturoso Peã, assassino de Tício, Iê Febo, de Licórea e de Mênfis, de muitas honras e dador de fortuna, Pítio Titã, da áurea lira e do arado, semeador, Grineu, Esminteu, assassino de Píton, délfico profeta, feroz nume lucífero, amado e ínclito jovem, (5) †líder das musas, regente dos coros, arqueiro que acerta ao longe, amante de Branco, Dídimo, puro, Oblíquo [Lóxias] † que age ao longe, soberano de Delos, onividente de luzeiros olhos aos mortais, de áureos cabelos, declarando oráculos e augúrios imáculos, ouve as minhas preces pelo povo, com um benévolo coração: toda a vastidão infinita do Éter tu perscrutas do alto da rica Terra [Gaia] e através do crepúsculo; nas sombras silentes da noite contemplas as raízes do solo com olhar astral, e deténs os confins do cosmo todo: são teus o princípio e o fim das coisas que virão; (15) todo viçoso tu harmonizas a esfera celeste com tua cítara multivibrante, ora alcançando os mais baixos acordes, ora outra vez os mais sublimes, em dórica melodia harmônica. Mesclando toda a esfera celeste, discernes as raças viventes e com harmonia infundes um destino pancósmico as homens, (20) distribuindo o inverno e o verão, ambos igualmente: com os mais baixos acordes, escolhes o inverno; o verão, com os mais sublimes e tangendo uma melodia dórica, a flor da primavera amorosa. Por isso os mortais dão-te o nome de soberano, e de Pan, deus bicórneo, quando envias ventos silvantes, porque tens o selo e o molde de todo o cosmo. Ouve, venturoso, guardando os mistérios com súplice voz.
(Tradução de Rafael Brunhara)
Imagem de John Singer Sargent "Apolo y las Musas"
Adônis
Choro Adônis; os amores respondem ao meu pranto. Uma cruel ferida dilacerou Adônis, mas Afrodite traz outra, muito mais profunda, no âmago do coração.Em torno do jovem caçador, os seus fiéis cães uivaram, e as ninfas das montanhas estão desfeitas em lágrimas.Afrodite, transtornada,erra pelas florestas,triste, descabelada, pés nus; os espinhos a ferem e se tingem do sangue divino; ela enche os ares de queixumes, atira-se através dos longos vales , exige aos brados o formoso assírio que foi seu esposo! Entretanto, um sangue negro jorra do ferimento de Adônis, e lhe mancha o peito de marfim. Ai! Infeliz Afrodite! Exclama os Amores, chorando. Perdeu o formoso marido, e com ele os encantos divinos. Era bela, Afrodite, quando Adônis vivia; com Adônis desapareceram os atrativos da deusa. Ai, ai! Todas as montanhas e florestas repetem: “Ai, Adônis!” Os rios sentem a dor de Afrodite; as fontes, nas montanhas, choram Adônis, e os rios, na sua tristeza, se tingem de sangue. Citeréia faz ecoar a sua dor pelos montes e vales: “Ai,ai ! Já não existe o belo Adônis!” Quem recusaria lágrimas à infeliz Citeréia? Ai, ai, não repouses mais sobre uma camada de folhas; levanta-te, infortunada deusa! Veste o luto, bate o seio e diz à natureza: “Já não existe o belo Adônis!“
(Bíon de Esmirna, II AEC)
Imagem extraída do Printereset
Hino Órfico 6 às Estrelas [Astron], com incenso de ervas aromáticas
O sacro esplendor das Estrelas celestes eu convoco, evocando numes puros com sacratíssima voz. Estrelas celestes, prole amável da Noite [Nyx] negra, que em cíclicos turbilhões revolvem em volta dos astros, Brilhantes, flâmeas, sempre as genetrizes de tudo, (5) fatídicas, revelam os signos de toda a sina e regem as sendas divinas dos homens mortais. Perscrutando sete lúcidos planetas, errantes aéreas, celestes e terrestres, correndo como fogo, eternas e indestrutíveis, irradiando sempre o véu tenebral da noite, (10) cintilam coruscantes e são benévolas na noite! Vinde aos eruditos lavores deste sacratíssimo rito, concluindo vosso nobre percurso em obras célebres.
(Tradução: Rafael Brunhara)
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Hino Órfico - Para as Estrelas, com fumigação de aromáticos.
Com rara voz, eu chamo as estrela (Astron) do alto, Pura luzes, sagrados gênios do céu, Estrelas celestiais, a progênie da Noite (Nyx), Em rápidos e circulares giros, irradiam ao longe sua luminosidade, Refulgentes raios, origem de todo o Som, Fogo eterno, fonte de tudo que está em baixo, Tal como chamas da sorte, elas brilham e o homem é guiado ao caminho Divino, As sete zonas brilhantes elas percorrem com errante paixão e o firmamento e a terra compõem seus lúcidos quadros, Com seu invariável percurso, e com puro e ardente brilho, eternamente resplandecem através do véu da Noite, Saudações eternas, vós que alegremente percorrem a Noite com seu intenso fulgor e propiciam brilho a todos os meu jubilantes pensamentos, Estes secretos luzeiros, com seus ritos nos observam como raios de luzes conscientes e, por fim, todos lhes devemos devotar nossas orações.
(Tradução por Ausonia T.B. Klein)
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Oração a Hekate
Hekate Hekate Hekate Hekate Thea Hekate Thea Hekate Thea Hekate Thea Hekate Hekate (ritmo) Thea Hekate, Thea Mitéra, Thea Triplásio Ego kalo to ónomá sas Thea Ódigos, Thea Kleidouchos, Thea Phósphoros Ego kalo to ónoma sas Hekate Hekate Hekate Hekate Thea Hekate Thea Hekate Thea Hekate Thea Hekate Hekate (ritmo) Thea Aidônaia, Thea Perseis, Thea Propolos Ego kalo to ónoma sas Thea Skylakagetis, Thea Trimorphis, Thea Lykania Ego kalo to ónoma sas Ego eto to gios, ego epikanomai trito Hekate Hekate Hekate Hekate Hekate Eilógmenós!
Por - Kerathos Panguios
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Carga da Deusa que Sangra
"Ouça minhas palavras, tu que buscas compreender os Mistérios que fazem a Mulher: Pelo teu útero compartilho contigo minha essência de Criadora. Sou feita de carne que verte sangue, sou a almofada Aveludada onde pousa suavemente o ovo do Ser. Dentro de mim há um Oceano de Sangue por onde navegam todas as mulheres que estão, estiveram, e ainda todas as que, no futuro, estarão no mundo. Eu sangro nos inúmeros rios, fontes, lagos e mares deste planeta que é azul só na aparência; na essência, é vermelho. Vermelho, pois a água da Terra é meu sangue, que dôo com amor e respeito a todos.
Quando algum dia te perguntarem quem é a Deusa que veneras, respondas simplesmente; Ela é água, que é só isso mesmo que sou: simplesmente água, que é Vida. No meu Oceano de Sangue tudo o que respira foi concebido, e nele se irmanam todas as fêmeas que sangram. É meu seu uivo de dor, cada mancha nas vestes, cada gemido de prazer . Cada terror da morte na hora do parto é meu, como também é meu o grito de triunfo da Mãe ao parir. Sou aquela que vive nos teus sonhos de amor, amamento teus filhos e nutro todas as tuas criações, quer sejam crianças, quer sejam poesias, ideais ou sonhos.
Minha é a Teia da Vida, feita de filamentos de sangue entrelaçados qual renda elaborada; trama e urdidura de presente, passado e futuro. É minha a sabedoria que agora compartilho contigo: é um grande privilégio ser mulher, mas é um privilégio ainda maior saber ser mulher. E quando te sentires aprisionada por grilhões que não te pertencem, quando estiveres só ou desanimada, quando fores traída, humilhada, abandonada ou quando apenas te esqueceres de quem és, lembra que sempre tens meu enorme poder, a cada fluxo.
Quando tua Lua de Sangue cintila em flores vermelhas, seja na Lua Clara ou Escura, deixes teu sangue correr pela Terra, uma vez mais, como quando a Mulher era sagrada. E nessa noite mágica, me chames, e dances comigo, me conheças e fales de mim a outras mulheres que, como tu, estiverem prontas para despertar. No rio de teu sangue sobre a Terra percebas que tu és a Doadora da Vida, a Mulher de hoje, que é a continuidade das ancestrais que sangraram e deram vida , riram e choraram, celebrando comigo a sabedoria dos ciclos.
Sou tua Mãe, tua Avó e todas as que as antecederam, e tenho todos os rostos, poderes e Visões que elas mandam a ti. Eu, que sou a Senhora da Lua, sangro gotas de luar sobre o mundo, assim como sangro novos universos em cada parto cósmico, explodindo estrelas.
Sejas forte, Sejas poderosa, Sejas abençoada pelo poder de teu sangue.
Sintas a vida que pulsa em tuas entranhas, sintas o bater do meu coração em tuas veias. Sangres comigo, filha, e compartilhes de meu poder que vivifica os tempos."