A magia é uma arte ancestral e misteriosa que tem fascinado a humanidade ao longo dos séculos. Embora seja impossível abordar todos os conceitos e princípios relacionados com profundidade à funcionalidade da magia em um único texto, podemos explorar princípios fundamentais que ajudam a compreender essa prática energética.
Um dos primeiros aspectos a serem compreendidos são as Leis da Magia. Essas leis são os princípios universais que regem a manipulação e o fluxo da energia mágica. Elas podem variar de acordo com as tradições e sistemas mágicos, porem existem sete leis universais do desempenho mágico, estas são chamadas de leis Herméticas, abordadas com maior profundidade no livro O Caibalion, alguns exemplos comuns deste são a Lei da vibração, a Lei da Correspondência e a Lei do Mentalismo. Compreender e entender essas leis são essenciais para que a magia funcione de forma eficaz.
Além das leis, a magia é sustentada pelos Pilares da Magia, que são os fundamentos básicos sobre os quais a prática mágica se apóia. Esses pilares podem incluir a vontade (querer), a intenção (saber), ousar (fazer o ato mágico) e calar (aguardar o resultado em mistério para nenhuma outra energia interferir nos resultados). Podemos observar que a visualização e a energia também são intrínsecos há isso. Eles são os alicerces sobre os quais a magia é construída e devem ser cultivados e desenvolvidos para aprimorar a eficácia dos rituais e feitiços.
Outro conceito importante é a compreensão do Microcosmo e do Macrocosmo. Segundo essa visão, o individuo é um reflexo do universo e vice-versa. O microcosmo representa o eu individual, enquanto o macrocosmo abrange o universo em sua totalidade. A magia busca harmonizar essas duas esferas, reconhecendo a conexão íntima entre o indivíduo e o cosmos.
No âmbito da magia, existe a noção do Uno, que representa a unidade subjacente a todas as coisas. É o reconhecimento de que tudo está interligado e que a energia mágica flui através dessa conexão universal. Através do Uno, o praticante busca acessar e canalizar essa energia para seus propósitos mágicos.
Os elementos também desempenham um papel fundamental na magia. Geralmente, são considerados quatro elementos principais - terra, ar, fogo e água - cada um com suas próprias qualidades e correspondências simbólicas. O conhecimento e o uso adequado desses elementos auxiliam na criação de rituais e feitiços eficazes, além de fortalecer a conexão com as forças naturais do universo.
Outro conceito-chave é a compreensão das polaridades. A dualidade está presente em muitas tradições mágicas, representada por pares opostos, como luz e escuridão, masculino e feminino, ativo e passivo. Equilibrar essas polaridades é essencial para a prática mágica, pois busca-se a harmonia e a integração dessas forças complementares.
A noção de ritmo e ciclo cósmico é fundamental para a magia. Tudo no universo segue padrões cíclicos, como o movimento dos planetas, as estações do ano e os ciclos lunares. Compreender e trabalhar em sintonia com esses ritmos cósmicos permite que o magista aproveite as energias disponíveis em determinados momentos para potencializar suas práticas mágicas. A observação e o acompanhamento desses ritmos permitem ao praticante sintonizar-se com as forças naturais do universo, aproveitando seu fluxo e influência.
O poder da mente desempenha um papel fundamental na magia. É considerada a primeira lei da manipulação e manifestação energética. O magista precisa cultivar a habilidade de entrar em estados alterados de consciência, como a Gnose e o estado de consciência alfa. Esses estados são alcançados por meio de técnicas de meditação, visualização e concentração. Ao alcançar esse estado mental, o magista está mais receptivo às energias sutis e pode direcioná-las de acordo com sua vontade.
O autoconhecimento é crucial para a prática da magia. Compreender a si mesmo, seus desejos, medos, habilidades e limitações é essencial para a eficácia dos rituais e feitiços. A jornada mágica é também uma jornada de autodescoberta, em que o praticante busca o equilíbrio e o desenvolvimento pessoal.
Egregoras são formas-pensamento coletivas, criadas por grupos ou comunidades que compartilham crenças e intenções comuns. Essas formas-pensamento têm uma energia própria e podem influenciar e ser influenciadas pelos indivíduos que as compõem. A compreensão e o trabalho com as egregoras podem fortalecer a magia coletiva e ampliar a potência das práticas mágicas.
As linhas energéticas, também conhecidas como linhas de ley, são correntes sutis de energia que percorrem o planeta. Essas linhas interconectadas atravessam a Terra, formando uma espécie de rede energética. Os praticantes de magia podem trabalhar com essas linhas para direcionar e amplificar suas intenções, aproveitando a energia do ambiente em que estão inseridos.
A magia não se limita apenas ao plano físico. Existem múltiplos planos de existência, cada um com suas próprias características e energias. A compreensão e o trabalho com esses planos permitem ao magista explorar diferentes dimensões da realidade e acessar fontes adicionais de conhecimento e poder.
A anatomia energética é a compreensão dos corpos sutis e dos centros de energia presentes no ser humano. Esses corpos sutis, como o corpo astral e o corpo etérico, interagem e influenciam o fluxo de energia no indivíduo, sendo assim a base de entendimento para a canalização do poder pessoal do magista. O conhecimento desses corpos energéticos auxilia na prática de harmonia e equilíbrio pessoal, abertura de dons, cura energética, proteção, absorção e amplificação das energias mágicas.
É importante ressaltar que a magia é uma jornada contínua de aprendizado e prática. Cada um desses conceitos e princípios merece um estudo aprofundado e uma aplicação consciente. A busca pelo conhecimento e a dedicação à prática são fundamentais para o desenvolvimento do magista e o sucesso de suas experiências mágicas. Portanto, encorajo a todos os interessados em magia a explorarem cada um desses temas e a continuarem a expandir sua compreensão e domínio dessa antiga arte.
A magia, assim como a energia elétrica e outras formas de energia da física, pode ser comparada por meio de uma analogia fascinante. Vamos explorar essa comparação para entender melhor as semelhanças entre esses diferentes conceitos.
A energia elétrica, por exemplo, é uma forma de energia que flui através de condutores, transmitindo poder e alimentando diversos dispositivos. Da mesma forma, a magia é uma energia sutil e poderosa que flui através do praticante, permitindo-lhe canalizar intenções e criar mudanças no mundo ao seu redor.
Assim como na eletricidade, a magia também é regida por leis e princípios universais. Na eletricidade, temos as leis de Ohm, as leis de Kirchhoff e muitas outras que estabelecem as regras para o fluxo e a manipulação dessa energia. Da mesma forma, a magia possui suas próprias leis, como a Lei da Atração, a Lei da Correspondência e a Lei do Mentalismo, que estabelecem as bases para a manipulação e o direcionamento da energia mágica.
Podemos pensar no praticante de magia como um "condutor" dessa energia. Assim como os fios condutores permitem o fluxo da eletricidade, o magista utiliza seu conhecimento e habilidades para direcionar a energia mágica de acordo com sua vontade. Através de rituais, feitiços e práticas mágicas, o magista cria um "circuito" através do qual a energia flui, manifestando seus desejos e intenções.
Assim como na física, a magia também envolve a compreensão das polaridades. Na eletricidade, temos a polaridade positiva e negativa, que são essenciais para a criação de um fluxo contínuo de energia. Da mesma forma, na magia, reconhecemos a existência de polaridades, como luz e escuridão, masculino e feminino, e buscamos o equilíbrio e a harmonia entre essas forças complementares.
Uma analogia interessante pode ser feita entre os elementos na magia e as diferentes formas de energia na física. Na magia, os elementos como terra, ar, fogo e água representam diferentes aspectos e qualidades da energia mágica. Da mesma forma, na física, temos diferentes formas de energia, como energia cinética, energia térmica, energia potencial, entre outras. Ambos os sistemas reconhecem a importância dessas diferentes energias e suas interações na criação e transformação do mundo ao nosso redor.
Frans Bardon, em seu livro "A Magia Prática" de 1956, oferece uma perspectiva fascinante ao comparar a magia com a energia eletromagnética. Nessa análise associativa, ele relaciona os cinco elementos com características de eletricidade e magnetismo. Segundo Bardon, o fogo seria associado à energia eletromagnética, enquanto a água seria elétrica, o ar seria também elétrico e a terra seria magnética. Além desses elementos, Bardon menciona a quinta essência, o fluido akáshico, como o espaço que permeia essas energias.
Essa analogia proposta por Bardon estabelece uma correlação entre os elementos da magia e as características da eletricidade e do magnetismo. Essa associação oferece uma nova perspectiva sobre a natureza da energia mágica, fornecendo uma estrutura para compreendermos como essas energias interagem e se manifestam nas práticas mágicas, bem como quais as naturezas de condutividade energéticas dos materiais usados em instrumentos mágicos, sabendo que existem materiais como os metais que são ótimos condutores de energia, usados em punhais e varinhas, para conduzir a energia mágica do praticante, ate os materiais que são evitados em praticas mágicas como o plástico, que isola a condutividade da energia e servindo apenas transporte de substancias.
Essa análise comparativa entre os elementos da magia e as características da energia eletromagnética proporciona uma base interessante para o estudo e prática da magia. Ao compreender as associações entre esses elementos e as propriedades da eletricidade e do magnetismo, os praticantes podem aprofundar seu conhecimento sobre as energias sutis que permeiam o universo e utilizá-las de forma consciente e intencional em seus trabalhos mágicos.
Assim como a energia elétrica pode ser controlada e utilizada para diversos fins, a magia também oferece ao praticante a capacidade de moldar e influenciar a realidade. Através do autoconhecimento, da prática e do domínio dos princípios mágicos, o magista desenvolve a habilidade de manipular a energia mágica de maneira semelhante a um engenheiro que utiliza a energia elétrica para alimentar dispositivos e sistemas.
No entanto, é importante lembrar que, embora haja semelhanças entre a magia e as energias da física, elas são distintas em sua natureza e aplicação. A magia é uma prática ancestral e misteriosa, que vai além das leis físicas conhecidas. Enquanto a física estuda as energias do mundo material, a magia lida com as energias sutis e espirituais que permeiam o universo.
A magia transcende os limites da ciência convencional, abrindo portas para a exploração do desconhecido e do inexplicável. Ela nos leva a conectar-nos com forças além do que é tangível, despertando nossa intuição, criatividade e poder interior.
Através da analogia entre a magia e a energia elétrica, podemos compreender que ambos os aspectos espirituais são fundamentais, como a necessidade de um fluxo contínuo, a compreensão das polaridades e a habilidade de direcionar e controlar a energia para atingir determinados objetivos.
A magia é um chamado para explorarmos nossa natureza interior e despertarmos nosso potencial transformador. Ela nos convida a entrar em sintonia com o cosmos, a compreender a interconexão de todas as coisas e utilizar nossa vontade e intenção para transformar mudanças em nossas vidas.
Mapa mental desenvolvido para ilustrar os conceitos bases da magia
Imagem Fantasy Flight Games extraida do Pinterest
Os 4 pilares da magia, por Eliphas Levi
Texto extraído do livro Dogma e Ritual de Alta magia Parte I – A doutrina da magia transcendental
Quando um filósofo tomou para base de uma nova revelação da sabedoria humana este raciocínio: “Penso, logo existo ”, ele mudou de algum modo e à sua vontade, conforme a revelação cristã, a noção antiga do Ente supremo. Moisés faz dizer ao Ente dos entes: “Eu sou quem sou ”. Descartes faz dizer ao Ente dos entes: “Eu sou aquele que pensa ”, e como pensar é falar interiormente, o homem de Descartes pode dizer como o Deus de São João Evangelista: “Eu sou aquele em quem está e por quem se manifesta o Verbo ”. In principio erat verbum . Que é um princípio? É uma base de palavra, é uma razão de ser do verbo. A essência do verbo está no princípio: o princípio é o que é; a inteligência é um princípio que fala. Que é a luz intelectual? É a palavra. Que é a revelação? É a palavra; o ente é o princípio, a palavra é o meio e a plenitude ou o desenvolvimento, e a perfeição do ente é o fim: falar é criar. Porém, dizer: "Eu penso, logo existo", é concluir da conseqüência ao princípio, e recentes contradições levantadas por um grande escritor provaram suficientemente a imperfeição filosófica deste método. Eu sou, logo existe alguma coisa, nos parece uma base mais primitiva e mais simples da filosofia experimental. Eu sou, logo o ente existe. Ego sum qui sum: eis aí a revelação primária de Deus no homem e do homem no mundo, e é também o primeiro axioma da filosofia oculta. "O ser é o ser"
Esta filosofia tem, pois, por princípio o que existe, e nada tem de hipotético nem de casual. Hermes (Mercúrio) Trismegisto inicia o seu admirável símbolo, conhecido sob o nome de Tábua de Esmeralda , por esta tríplice afirmação: “É verdade, é certo sem erro, é absolutamente verdade". Assim, a verdade confirmada pela experiência em física, a certeza desembaraçada de qualquer mistura de erro em filosofia, a verdade absoluta, indicada pela analogia, no domínio da religião ou do infinito, tais são as primeiras necessidades da verdadeira ciência, e é o que só a magia pode dar aos seus adeptos. Mas, antes de tudo, quem sois vós que tendes este livro entre as vossas mãos e o começais a ler?...
No frontispício de um templo que a antiguidade dedicara ao deus da luz, lia - se esta inscrição em duas palavras: “Conhece-te a ti mesmo". Tenho o mesmo conselho a dar a qualquer homem que queira aproximar- se da ciência.
A magia, que os antigos chamavam o sanctum regnum , o santo reino, ou o reino de Deus, regnum Dei , só é feita para os reis e padres; sois padre? Sois rei? O sacerdócio da magia não é um sacerdócio vulgar e a sua realeza nada tem que debater com os príncipes deste mundo. Os reis da ciência são os padres da verdade, e o seu reino fica oculto para a multidão, como os seus sacrifícios e as suas preces. Os reis da ciência são os homens que conhecem a verdade e que a verdade tornou livres, conforme a promessa formal do mais poderoso dos iniciadores. O homem que é escravo das suas paixões ou dos preconceitos deste mundo não poderia ser um iniciado; ele nunca se elevará, enquanto não se reformar; não poderia, pois, ser um depto, porque a palavra adepto significa aquele que se elevou por sua vontade e por suas obras. O homem que ama suas idéias e que tem medo perdê - las. Aquele que teme as verdades e que não está disposto a duvidar de tudo, antes do que admitir qualquer coisa ao acaso, esse deve fechar este livro, que lhe é inútil e perigoso; ele o compreenderia mal e ficaria perturbado, mas ficá- lo - ia muito mais se por acaso o compreendesse bem. Se estiverdes presos por alguma coisa ao mundo, mais que à razão, à verdade e à justiça; se vossa vontade é incerta e vacilante, quer no bem, quer no mal; se a lógica vos espanta, se a verdade nua voz faz corar; se vos sentis ofendido, quando apontam vossos erros, condenai imediatamente este livro, e, não o lendo, fazei como se não existisse para vós, porém não o difameis como perigoso: os segredos que ele revela serão compreendidos por um pequeno número, e os que os compreenderem não os revelarão. Mostrar à noite a luz aos pássaros, é ocultá - la, pois que ela os cega e torna- se para eles mais obscura do que as trevas. Falarei, pois, claramente; direi tudo e tenho a firme confiança de que só os iniciados ou os que são dignos de o ser, lerão tudo e compreenderão alguma coisa. Há uma verdadeira e uma falsa ciência, uma magia divina e uma magia infernal, isto é, mentirosa e tenebrosa; temos de revelar uma e desvendar outra; temos de distinguir o mago do feiticeiro e o adepto do charlatão. O mago dispõe de uma força que conhece, o feiticeiro procura abusar do que ignora. O diabo – se é permitido num livro de ciência empregar esta palavra desacreditada e vulgar – o diabo se dá ao mago e o feiticeiro se dá ao diabo. O mago é o soberano pontífice da natureza, o feiticeiro não passa de um profanador.
O feiticeiro é para o mago o que o supersticioso e o fanático são para o homem verdadeiramente religioso. Antes de ir mais longe, definamos claramente a magia. A magia é a ciência tradicional dos segredos da natureza, que nos vem dos magos. Por meio desta ciência, o adepto se acha investido de uma espécie de onipotência relativa e pode agir de modo que ultrapassa a capacidade comum dos homens. É assim que vários adeptos célebres, tais como Mercúrio (Hermes) Trismegisto, Osíris, Orfeu, Apolônio de Thyana, e outros que poderia ser perigoso ou inconveniente mencionar, puderam ser adorados ou invocados depois da sua morte como deuses. É assim que outros, conforme o fluxo e o refluxo da opinião, que faz os caprichos do êxito, tornaram - se agentes do inferno ou aventureiros suspeitos, como o imperador Juliano, Apuleio, o encantador Merlino e o arquifeiticeiro, como o chamavam no seu tempo, o ilustre e infeliz Cornélio Agrippa. Para chegar ao sanctum regnum , isto é, à ciência e ao poder dos magos, quatro coisas são indispensáveis: uma inteligência esclarecida pelo estudo, uma audácia que nada faz parar, uma vontade que nada quebra e uma discreção que nada pode corromper ou embebedar.
Saber, ousar, querer, calar – eis os quatro verbos do mago, que estão escritos nas quatro formas simbólicas da esfinge. Estes quatro verbos podem combinar - se mutuamente de quatro modos e se explicam quatro vezes uns pelos outros. Na primeira página do livro de Hermes, o adepto é representado coberto com um largo chapéu, cuja aba, sendo dobrada, pode ocultar a sua cabeça inteira. Ele tem em uma das mãos elevadas para o céu, ao qual parece governar com sua baqueta, e a outra mão no seu peito; tem diante de si os principais símbolos ou instrumentos da ciência, e esconde outros numa algibeira de escamoteador. O seu corpo e os seus braços formam a letra Aleph, a primeira do alfabeto, que os hebreus tiraram dos egípcios; porém, mais tarde, teremos ocasião de voltar novamente a este símbolo. O mago é verdadeiramente o que os cabalistas hebreus chamam o microprósopo , isto é, o criador do mundo pequeno. A primeira ciência mágica sendo o conhecimento de si mesmo, também a primeira lugar de todas as obras da ciência, a que contém todas as outras e que é o princípio da grande obra, é a criação de si mesmo; este termo tem necessidade de ser explicado. A razão suprema sendo o único princípio invariável e, por conseguinte, imperecível, pois que a mudança é o que chamamos a morte, a inteligência que adere fortemente e de algum modo se identifica a este princípio, se torna, por isso mesmo, invariável, e, por conseguinte, imortal. Compreende - se que, para aderir invariavelmente à razão, é preciso ter- se tornado independente de todas as forças que produzem, pelo movimento fatal e necessário, as alternativas da vida e da morte.
Saber sofrer, abster- se e morrer, tais são, pois, os primeiros segredos que nos põem acima da dor, dos desejos sensuais e do temor do nada. O homem que procura e acha uma gloriosa morte tem fé em imortalidade, e a humanidade inteira crê nela com ele e por ele, porque ela lhe eleva altares ou estátuas, em sinal de vida imortal. O homem torna- se rei dos animais, somente dominando - os ou prendendo - os; de outro modo, seria sua vítima ou seu escravo. Os animais são a figura das nossas paixões, são as forças instintivas da natureza. O mundo é um campo de batalha que a liberdade disputa à força da inércia, opondo - lhe a força ativa. Al liberdades físicas são mós de que sereis o grão, se não souberdes ser o moleiro. Sois chamado a ser o rei do ar, da água, da terra e do fogo; mas, para reinar sobre estes quatro animais do simbolismo, é preciso vencê- los e encadeá - los. Aquele que aspira a ser um sábio e a saber o grande enigma da natureza deve ser o herdeiro e o espoliador da esfinge; deve ter a sua cabeça humana para possuir a palavra, as asas de águia para conquistar as alturas, os flancos de touro para cavar as profundezas, e as garras de leão para preparar lugar para si à direita e à esquerda, adiante e atrás. Vós, pois, que quereis ser iniciado, sois tão sábio como Fausto? Sois impassível como Jô? Não, não é verdade? Mas vós o podeis ser, se o quiserdes. Vencestes os turbilhões dos pensamentos vagos? Sois sem indecisões e sem caprichos? Não aceitais o prazer só quando o quereis, e não o quereis só quando o deveis? Não, não é verdade? Não é sempre assim? Mas isso pode ser, se o quiserdes. A esfinge não tem somente uma cabeça de homem, ela tem também seios de mulher; sabeis
vós resistir às atrações da mulher? Não, não é verdade? E dais risada ao responder, e vos vangloriais de vossa fraqueza moral para glorificar em vós a força vital e material. Seja, permiti -vos dar essa homenagem ao asno de Sterno e de Apuleio; que o asno tenha seu mérito, não discuto, era consagrado a Príapo como o bode ao deus de Mendes. Mas deixemo - lo pelo que é, e saibamos somente se é vosso senhor ou se podeis ser o dele. Pode verdadeiramente possuir a voluptuosidade do amor, somente quem venceu o amor da voluptuosidade. Poder usar e abster- se, é poder duas vezes. A mulher vos prende pelos vossos desejos: sede senhor dos vossos desejos e prendereis a mulher. A maior injúria que se possa fazer a um homem é chamá- lo de covarde. Ora, que é um covarde? Um covarde é aquele que negligencia o cuidado da sua dignidade moral, para obedecer cegamente aos instintos da natureza. Em presença do perigo é, com efeito, natural ter medo e procurar fugir: por que, pois, é uma vergonha? Porque a honra nos dá a lei de preferir nosso dever às nossas atrações e aos nossos temores. Que é, neste ponto de vista, a honra? É o pressentimento universal da imortalidade e a avaliação dos meios que podem levar a ela. A última vitória que o homem pode obter sobre a morte, é triunfar do gosto da vida, não pelo desespero, mas por uma esperança maior, que está contida na fé, por tudo o que é belo, honesto e do consentimento de todos. Aprender a vencer- se é, pois, aprender a viver, e as austeridades do estoicismo não eram uma vã ostentação de liberdade! Ceder às forças da natureza é seguir a corrente da vida coletiva, é ser escravo das causas segundas. Resistir à natureza e domina- la é fazer para si uma vida pessoal e imperecível, é libertar- se das vicissitudes da vida e da morte. Todo homem que está pronto a morrer ao invés de abjurar a verdade e a justiça, é verdadeiramente vivente, porque é imortal na sua alma. Todas as iniciações antigas tinham por fim achar ou formar tais homens. Pitágoras exercitava seus discípulos pelo silêncio e as abstinências de todo gênero; no Egito, os recipiendários eram experimentados pelos quatro elementos; na Índia, é sabido a que prodigiosas austeridades os faquires e brâmanes se condenavam, para chegar ao reino da vontade livre e da independência divina. Todas as macerações do asceticismo são tiradas das iniciações aos antigos mistérios e elas cessaram, porque os iniciáveis, não achando mais iniciadores, e os diretores de consciência tendo - se tornado, com o tempo, tão ignorantes como o vulgo, os cegos cansaram - se de seguir os cegos, e ninguém quis passar provas que só levavam à dúvida e ao desespero: o caminho da luz estava perdido. Para fazer alguma coisa é preciso saber o que se vai fazer, ou, ao menos, ter fé em alguém que o sabe. Mas como arriscarei minha vida à aventura e seguirei ao acaso aquele que nem mesmo sabe aonde vai? No caminho das altas ciências, não convém empenhar- se temerariamente, mas, uma vez em 17 caminho, é preciso chegar ou perecer. Duvidar é ficar louco; parar é cair; voltar para trás é precipitar - se num abismo. Vós, pois, que começastes a leitura deste livro, se vós o compreendeis e quereis ler até o fim, ele fará de vós um monarca ou um insensato. Quanto a vós, fazei deste volume o que quiserdes, não podereis nem despreza - lo nem esquece - lo. Se sois puro, este livro será para vós uma luz; se sois forte, ele será vossa arma; se sois santo, será vossa religião; se sois sábio, ele regulará a vossa sabedoria. Mas, se sois malvado, este livro será para vós como que uma tocha infernal; ele despedaçará vosso peito, rasgando - o como um punhal; ficará na vossa memória como um remorso; ele encherá vossa imaginação de quimeras, e vos levará pela loucura ao desespero. Procurareis rir dele, e só podereis ranger os dentes, porque este livro é para vós como a lima da fábula que uma serpente tentou morder e que lhe quebrou todos os dentes. Comecemos, agora, a série das iniciações. Disse que a revelação é o verbo. Com efeito, o verbo ou a palavra é o véu do ente e o sinal característico da vida. Toda forma é véu de um verbo, porque a idéia, mãe do verbo, é a única razão de ser das formas. Toda figura é um caráter, todo caráter pertence e volta a um verbo. É por isso que os antigos sábios, cujo chefe é Trismegisto, formularam o seu dogma nestes termos: “O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima ”. Em outros termos, a forma é proporcional à idéia, a sombra é a medida do corpo calculada com sua relação ao raio. A bainha é tão profunda como o comprimento da espada, a negação é proporcional à afirmação contrária, a produção é igual à destruição, no movimento que conserva a vida, e não há um ponto no espaço infinito que não seja centro de um círculo cuja circunferência se engrandece e estende indefinidamente no espaço. Toda individualidade é, pois, indefinidamente perfectível, porque o moral é análogo à ordem física, e porque não é possível conceber um ponto que não se possa dilatar, engrandecer e lançar raios num círculo filosoficamente infinito. O que se pode dizer da alma inteira, deve - se dizer de cada faculdade da alma. A inteligência e a vontade do homem são instrumentos de um valor e de uma força incalculáveis. Mas a inteligência e a vontade têm por auxiliar e por instrumento uma faculdade muito pouco conhecida e cuja onipotência pertence exclusivamente ao domínio da magia: quero falar da imaginação, que os cabalistas chamam o diáfano ou o translúcido . Efetivamente, a imaginação é como que o olho da alma, e é nela que as formas se desenham e se conservam, é por ela que vemos os reflexos do mundo invisível, ela é o espelho das visões e o aparelho da vida mágica: é por ela que curamos doenças, que influímos sobre as estações, que afastamos a morte dos vivos e que ressuscitamos os mortos, porque é ela que exalta a vontade e que lhe dá domínio sobre o agente universal. A imaginação determina a forma da criança no ventre materno e fixa o destino dos homens; ela dá asas ao contágio e dirige as armas na guerra. Estais em perigo numa batalha? Crede -vos invulnerável como Aquiles e o sereis, diz Paracelso. O medo atrai os pelouros, e a coragem faz retroceder as balas. É sabido que os amputados muitas vezes se queixam dos membros que 18 não têm. Paracelso operava no sangue vivo, medicamentando o produto de uma sangria; curava as dores de cabeça à distância, operando em cabelos cortados; ele tinha excedido muito, pela ciência da unidade imaginária e da solidariedade do todo e das partes, todas as teorias ou antes todas as experiências dos nossos mais célebres magnetizadores. Por isso, as suas curas eram milagrosas, e ele mereceu que ajuntassem ao seu nome de Filipe Teofrasto Bombast o de Aureolo Paracelso, acrescentando - lhe ainda o epíteto de divino! A imaginação é o instrumento da adaptação do verbo . A imaginação aplicada à razão é o gênio. A razão é una, como o gênio é uno na multiplicidade das suas obras. Há um princípio, há uma verdade, há uma razão, há uma filosofia absoluta e universal. O que está na unidade considerada como princípio, volta à unidade considerada como fim. Um está em um, isto é, tudo está em tudo. A unidade é o princípio dos números, é também o princípio do movimento e, por conseguinte, da vida. Todo o corpo humano se resume na unidade de um só órgão, que é o cérebro. Todas as religiões se resumem na unidade de um só dogma, que é a afirmação do ser e da sua igualdade a si mesmo, o que constitui o seu valor matemático. Não há mais do que um dogma em magia, e ei - lo: o visível é a manifestação do invisível, ou, em outros termos, o verbo perfeito está nas coisas apreciáveis e visíveis, em proporção exata com as coisas inapreciáveis aos nossos sentidos e invisíveis aos nossos olhos. O Mago eleva uma das mãos para o céu e abaixa a outra para a terra, e diz: Lá em cima a imensidade! Lá em baixo a imensidade ainda; a imensidade é igual à imensidade é igual à imensidade. Isto é verídico nas coisas visíveis, como nas coisas invisíveis.
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Os 4 pilares essenciais para a magia
A magia e o ocultismo têm sido temas fascinantes ao longo da história, envolvendo práticas e conceitos complexos que são fundamentais para compreender as tradições místicas. Entre os diversos elementos que compõem essas disciplinas, destacam-se os "Quatro Pilares da Magia", também conhecidos como os "Quatro Verbos" e a "Pirâmide das Bruxas". Estes pilares representam a base sobre as quais muitas tradições mágicas são construídas, fornecendo um arcabouço teórico e prático para a manifestação do poder mágico.
Os Quatro Pilares da Magia são conceitos fundamentais que abrangem os aspectos essenciais da prática mágica: saber, ousar, querer e calar. Esses pilares foram popularizados por Aleister Crowley, figura proeminente no cenário ocultista do século XX. Em seu livro "Magick, Book 4", Crowley explora esses pilares como componentes cruciais para a realização de rituais mágicos e alcançar a transformação pessoal.
O Conceito dos Quatro Pilares da Magia no Ocultismo Na tradição oculta e esotérica, os quatro pilares da magia são frequentemente referidos como os quatro verbos que formam a base da prática mágica, possuindo a Esfinge como seu símbolo. Esses pilares são representados por ações fundamentais que são consideradas essenciais para o exercício e compreensão da magia. Para compreender esses pilares, é essencial explorar cada um deles individualmente, compreendendo seu significado e aplicação no contexto mágico.
O Que são os Quatro Pilares da Magia? Os quatro pilares da magia, também conhecidos como os quatro verbos, são tradicionalmente descritos como: Saber, Ousar, Querer e Calar. Cada um desses verbos descreve uma faceta importante do processo mágico, desde a intenção até a execução.
Saber: Conhecimento e Compreensão. Elemento ar, simbolizado pelas asas de águia da Esfinge. O primeiro pilar, "Saber", representa o conhecimento e a compreensão dos princípios mágicos, das tradições e das técnicas envolvidas na prática. É a base que fundamenta a habilidade de um praticante entender as leis universais que regem a magia. "Saber" envolve estudo, pesquisa e assimilação do conhecimento mágico disponível.
Segundo Eliphas Levi (1854), um renomado ocultista, "o conhecimento é a luz da inteligência, a chave dos mistérios e o caminho do poder."
No âmbito do "saber", a magia é vista como uma busca constante por compreensão e conhecimento. Conhecer a si mesmo, conhecer as forças mágicas em operação e conhecer as leis que regem o universo são aspectos centrais desse pilar. Como destaca Crowley (1929), "o verdadeiro conhecimento é o conhecimento de Deus" – uma alusão ao entendimento profundo da realidade última que permeia a magia.
Ao considerar "Saber", refere-se ao conhecimento e entendimento dos princípios mágicos. Trata-se não apenas da acumulação de informações, mas também da compreensão profunda dos rituais, símbolos e práticas. Como afirmado por Eliphas Levi, renomado ocultista do século XIX, "o conhecimento é a luz da inteligência, a chave dos mistérios e o caminho do poder" (Levi, 1854).
Ousar: Ação e Coragem. Elemento água, simbolizado pelo rosto de mulher, útero e seios da Esfinge. "Ousar" refere-se à coragem e à vontade de agir, colocando em prática o conhecimento adquirido. É o impulso que leva o praticante a realizar rituais, feitiços ou qualquer ação mágica. Requer confiança no conhecimento e na habilidade pessoal, além da disposição para enfrentar desafios que possam surgir durante o processo mágico.
De acordo com Aleister Crowley (1913), um influente ocultista do século XX, "ousar" é fundamental: "O coração do mago se enche de força e alegria com cada ato de magia bem-sucedido."
O segundo pilar, "ousar", refere-se à coragem necessária para explorar as fronteiras do desconhecido. Segundo as palavras do próprio Crowley (1929), "nós devemos estar dispostos a queimar nossas idéias preconcebidas e a abandonar nossos hábitos mais amados em nome da verdade". Esse ato de coragem é essencial para superar os limites e avançar no caminho mágico.
"Ousar", o segundo pilar, abrange a coragem e a disposição para agir. Envolve a aplicação prática do conhecimento adquirido, superando medos e incertezas. Aleister Crowley, figura influente no ocultismo do século XX, enfatiza a importância do ato de ousar ao dizer: "O coração do mago se enche de força e alegria com cada ato de magia bem-sucedido" (Crowley, 1913).
Querer: Intenção, a verdadeira vontade e foco. Elemento fogo, simbolizado pelo corpo de leão na Esfinge. O terceiro pilar, "Querer", está intrinsecamente ligado à intenção. Refere-se à clareza mental e emocional do praticante para visualizar e direcionar a energia necessária para manifestar o desejo. É a força motriz por trás da magia, onde a vontade é concentrada e direcionada para alcançar um objetivo específico.
Segundo Dion Fortune (1935), uma autora e ocultista notável, "o querer é a força motriz por trás de todo ato mágico."
O terceiro pilar, "querer", está relacionado à vontade direcionada e focada na realização dos objetivos mágicos. A magia, de acordo com Crowley (1929), é "a ciência e a arte de causar mudanças de acordo com a vontade". Aqui, a ênfase recai sobre a força de vontade como motor propulsor para a eficácia mágica, enfatizando a importância do desejo ardente na manifestação dos resultados desejados.
"Querer" representa a intenção e o foco necessários para a manifestação dos desejos. Envolve a concentração da vontade para direcionar a energia mágica. Dion Fortune, uma autora notável no campo do ocultismo, ressalta que "o querer é a força motriz por trás de todo ato mágico" (Fortune, 1935).
Calar: Silêncio, sigilo, mistérios e discrição. Elemento terra, simbolizado pelo corpo de touro da Esfinge. Por fim, "Calar" representa o princípio do silêncio e da discrição. Refere-se à necessidade de manter segredo sobre os trabalhos mágicos realizados. Este pilar está ligado à ideia de preservar a energia, evitar interferências externas e respeitar a privacidade da prática mágica.
Gerald Gardner (1954), um dos fundadores da Wicca moderna, enfatiza: "A calar, a verdadeira magia florescerá."
O quarto pilar, "calar", destaca a necessidade de silêncio e sigilo na prática mágica. Crowley (1929) argumenta que, ao manter segredo sobre os rituais e intenções mágicas, o praticante evita dissipar a energia vital envolvida no trabalho mágico, preservando assim sua potência.
O "Calar" refere-se ao princípio do silêncio e da discrição na prática mágica. Preservar o segredo das ações mágicas é essencial para evitar interferências externas e preservar a energia investida. Gerald Gardner, um dos pioneiros na Wicca moderna, destaca que cada pilar desempenha um papel crucial na eficácia e na compreensão da magia. "Saber" é a base do conhecimento e compreensão; "Ousar" impulsiona a ação; "Querer" direciona a intenção e energia; "Calar" preserva a pureza e a concentração do trabalho mágico.
Os quatro pilares da magia, embora representem conceitos fundamentais, são interpretados e aplicados de maneiras diversas por diferentes tradições mágicas. Eles fornecem uma estrutura para orientar o praticante no caminho da prática mágica, desde o estudo e compreensão até a execução e preservação do trabalho realizado.
A compreensão dos Quatro Pilares da Magia proporciona uma visão abrangente das práticas místicas, influenciando diversas tradições, desde a magia cerimonial até as práticas contemporâneas. A busca por compreensão, realização e domínio do poder mágico está intrinsecamente ligada à compreensão desses pilares, cada um dos quais desempenha um papel crucial na jornada do praticante.
Conforme apontado por Crowley (1929), a magia é a arte de causar mudanças de acordo com a vontade. Esses pilares fornecem um arcabouço para entender não apenas os princípios fundamentais da magia, mas também como aplicá-los na prática. O "saber" permite ao praticante entender não apenas o mundo exterior, mas também os aspectos internos de si mesmo, capacitando-o a agir com sabedoria. Como salientado por Fortune (1935), "o autoconhecimento é a chave para a eficácia mágica".
Além disso, os Quatro Pilares servem como um caminho para a transformação pessoal e crescimento espiritual. Através do pilar do "ousar", o praticante é desafiado a ultrapassar limites, enfrentar medos e expandir sua zona de conforto. Crowley (1929) enfatiza que "a magia é a ciência da arte de impor a sua vontade" - e é através do pilar do "querer" que o praticante canaliza sua energia e intenção para manifestar mudanças desejadas na realidade.
Outro aspecto crucial é a importância do sigilo e discrição, encapsulados no pilar do "calar". O silêncio em torno das práticas mágicas, conforme discutido por Regardie (1937), não apenas preserva a energia investida, mas também protege o trabalho mágico de influências externas indesejadas. Esse segredo é uma ferramenta para preservar a integridade e eficácia das práticas mágicas.
Ao abraçar os Quatro Pilares da Magia, o praticante não apenas adquire um conjunto de diretrizes para a prática mágica, mas também embarca em uma jornada de autodescoberta, poder pessoal e conexão com forças que vão além do mundo material. Conforme argumentado por vários autores influentes no campo do ocultismo, compreender e aplicar esses pilares é essencial para a maestria e eficácia na arte da magia.
Aqueles que fazem uso dos Quatro Pilares da Magia tendem a ser indivíduos comprometidos com uma jornada de autodescoberta e expansão espiritual. Conforme destacado por Crowley (1929), o conhecimento de si mesmo é central para a prática mágica, e aqueles que se envolvem nesse estudo geralmente estão em busca desse autoconhecimento. São pessoas que reconhecem a importância de compreender não apenas o mundo ao seu redor, mas também os mecanismos internos que influenciam suas vidas e percepções.
Além disso, praticantes dos Quatro Pilares da Magia frequentemente buscam um entendimento mais profundo das energias e forças que permeiam o universo. Autores como Fortune (1935) enfatizam a importância de compreender as leis cósmicas e as forças espirituais para moldar a realidade de acordo com a vontade. Portanto, aqueles que se dedicam a esses pilares muitas vezes são indivíduos interessados no estudo das tradições místicas e na aplicação prática desses conhecimentos.
Há uma inclinação para explorar os limites do conhecimento convencional e desafiar paradigmas estabelecidos entre os que se dedicam aos Quatro Pilares. Segundo Regardie (1937), a coragem para ultrapassar limites e paradigmas é essencial na prática mágica. Isso indica que os praticantes desses pilares muitas vezes são pessoas que estão dispostas a questionar o status quo e a expandir suas próprias fronteiras mentais.
Os que se engajam nos Quatro Pilares da Magia geralmente têm um forte compromisso com a prática ritualística e o desenvolvimento da vontade e foco. Como observado por diversos autores, incluindo Crowley (1929), o pilar do "querer" na magia é intrinsecamente ligado à capacidade de manifestar mudanças de acordo com a vontade. Assim, os praticantes desses pilares são aqueles que se esforçam para canalizar sua intenção e energia para alcançar objetivos mágicos e espirituais.
Embora não haja um consenso definitivo sobre um momento específico em que esses pilares tenham sido formalmente codificados, muitos dos princípios que eles representam remontam a antigas práticas mágicas e filosofias esotéricas.
A origem exata dos Quatro Pilares da Magia é complexa e multifacetada. No entanto, elementos que se relacionam com esses pilares podem ser encontrados em diversas tradições antigas ao redor do mundo. Por exemplo, a idéia de conhecer a si mesmo, presente no pilar do "saber", pode ser associada ao aforismo grego "Conhece-te a ti mesmo", inscrito no Templo de Apolo em Delfos. Esse princípio ressoa com a noção de autoconhecimento e compreensão, aspectos essenciais da prática mágica.
Em tradições mais contemporâneas, como a tradição ocultista do século XX, nomes proeminentes como Aleister Crowley desempenharam um papel significativo na formulação e popularização dos Quatro Pilares da Magia. Em sua obra "Magick, Book 4", Crowley discute esses princípios como componentes essenciais da prática mágica, delineando a importância do conhecimento, da vontade, da coragem e do sigilo.
Exemplos práticos dos Quatro Pilares da Magia podem ser encontrados em rituais cerimoniais, feitiçaria, magia simbólica e outras tradições místicas. Por exemplo, no contexto de um ritual, o praticante pode buscar o conhecimento profundo das correspondências, símbolos e forças envolvidas na prática, incorporando assim o pilar do "conhecer". A coragem para executar rituais desafiadores ou explorar o desconhecido reflete o pilar do "ousar".
A manifestação da vontade direcionada para um objetivo específico durante um ritual ou prática mágica exemplifica o pilar do "querer". E, por fim, a prática do sigilo e a manutenção do segredo em torno de rituais e intenções mágicas são uma expressão do pilar do "calar".
Assim, os exemplos dos Quatro Pilares da Magia podem ser encontrados em uma variedade de práticas místicas ao longo da história e continuam a influenciar as abordagens contemporâneas da magia e do ocultismo.
Esses pilares não são exclusivos de uma única manifestação cultural, mas sim permeiam diversas práticas e sistemas mágicos ao redor do mundo. Em diferentes contextos, os Quatro Pilares podem se apresentar de maneiras únicas, incorporando aspectos culturais específicos e refletindo as nuances das tradições locais.
Nos sistemas ocidentais, especialmente na tradição hermética e cerimonial, os Quatro Pilares são frequentemente associados ao trabalho de Aleister Crowley, que os delineou em sua obra "Magick, Book 4". Nesse contexto, o "saber" é interpretado como o entendimento profundo das correspondências, símbolos e leis místicas. O "ousar" se manifesta na coragem para explorar os reinos espirituais e enfrentar desafios mágicos. A "vontade" direcionada é crucial para a eficácia do trabalho mágico, e o "calar" representa o mistério necessário para preservar a potência das práticas.
Já em tradições africanas, como o Vodu haitiano, a magia muitas vezes incorpora elementos do cotidiano, sendo transmitida oralmente de geração em geração. Nesse contexto, o "saber" pode envolver o entendimento profundo das plantas, rituais e mitos que compõem a prática. O "ousar" pode se manifestar na interação com espíritos ancestrais ou divindades. A "vontade" pode ser expressa através de danças e cânticos, e o "calar" pode ser relacionado ao respeito pela tradição e o segredo compartilhado entre praticantes.
Na tradição asiática, como no Taoísmo, a magia muitas vezes está entrelaçada com práticas espirituais e filosofias de harmonia com o universo. O "saber" pode representar a compreensão dos princípios do Tao e do Yi Jing. O "ousar" pode estar ligada à capacidade de fluir com as circunstâncias, adaptando-se às mudanças. A "vontade" pode ser expressa através da prática do Wu Wei, agir sem agir. E o "calar" pode ser interpretado como a modéstia e a humildade diante das forças cósmicas.
Em todas essas manifestações culturais, os Quatro Pilares da Magia são adaptados e integrados de acordo com os contextos específicos, destacando a flexibilidade e a universalidade desses princípios fundamentais. Essa diversidade reflete a riqueza das tradições místicas ao redor do mundo, evidenciando que, embora as formas possam variar, os princípios subjacentes dos Quatro Pilares permanecem como guias essenciais na busca do conhecimento mágico e espiritual.
Os Quatro Pilares da Magia e do Ocultismo, conhecidos como princípios fundamentais que norteiam as práticas mágicas, têm sido interpretados e estudados a partir de várias perspectivas teológicas ao longo da história. Embora as abordagens teológicas variem, há uma constante busca por compreender como esses pilares se alinham com as crenças e filosofias religiosas, destacando sua relevância na perspectiva teológica.
Dentro da teologia, os Quatro Pilares podem ser interpretados como conceitos que dialogam com princípios espirituais encontrados em diversas tradições religiosas. Por exemplo, o pilar do "saber" pode ser equiparado ao princípio de conhecimento divino presente em várias religiões. Conforme destacado por Huston Smith (2009) em "As Religiões do Mundo", muitas tradições enfatizam a importância do autoconhecimento e da compreensão espiritual como caminho para a transcendência.
Da mesma forma, o pilar do "ousar" pode ser associado à coragem espiritual necessária para enfrentar desafios e obstáculos na busca da verdade e da iluminação espiritual. Essa coragem é frequentemente valorizada em contextos religiosos como uma virtude essencial para o crescimento espiritual, como destacado por Joseph Campbell (2008) em "O Poder do Mito".
A "vontade" direcionada, outro pilar da magia, pode ser entendida como a manifestação da vontade Divina ou a capacidade do indivíduo de alinhar suas intenções com propósitos maiores. Essa idéia se relaciona com conceitos de devoção e serviço a uma causa maior, frequentemente presentes em doutrinas religiosas como exemplificado por Paramahansa Yogananda (1946) em "Autobiografia de um Iogue".
O pilar do "calar", que enfatiza o sigilo e a reserva, pode ser associado ao respeito pelas tradições sagradas e pela integridade espiritual. A prática do silêncio pode ser interpretada como uma forma de reverência aos mistérios Divinos e à sacralidade do conhecimento transmitido, refletindo a idéia de segredo divino encontrado em várias escrituras sagradas.
Assim, a perspectiva teológica sobre os Quatro Pilares da Magia evidencia a sua relação intrínseca com princípios espirituais e éticos presentes em diferentes tradições religiosas ao redor do mundo, mostrando como esses pilares podem ser interpretados e integrados dentro de contextos teológicos diversos.
Os Quatro Pilares da Magia e do Ocultismo representam princípios fundamentais que têm implicações filosóficas profundas, transcendendo meramente o domínio das práticas mágicas para adentrar no âmbito da reflexão e do pensamento filosófico. Estes pilares - conhecimento, ousadia, vontade e sigilo - podem ser analisados sob uma lente filosófica que revela sua conexão com questões existenciais, éticas e epistemológicas.
O pilar do "conhecer" pode ser interpretado filosoficamente como uma busca constante pelo conhecimento, não apenas do mundo exterior, mas também do mundo interior e dos mistérios da existência. Essa busca pelo conhecimento é paralela ao conceito filosófico de episteme, a busca por um entendimento verdadeiro e profundo, como discutido por Foucault (1969) em "A Arqueologia do Saber".
O "ousar", segundo pilar, pode ser entendida filosoficamente como a coragem de questionar o estabelecido, de desafiar normas e de explorar o desconhecido. Essa coragem pode ser equiparada ao conceito filosófico de coragem moral, como abordado por Aristóteles em sua Ética a Nicômaco, onde a coragem é vista como uma virtude fundamental para a busca do bem.
O terceiro pilar, a "vontade", está intrinsecamente ligado à filosofia da ação e à determinação da vontade individual. Em uma perspectiva filosófica, isso se relaciona com conceitos como a vontade de poder de Nietzsche (1883) em "Assim Falou Zaratustra", onde a capacidade de direcionar a própria vontade é vista como uma expressão vital da existência humana.
O pilar do "calar" pode ser examinado sob uma ótica filosófica como a valorização do sigilo e da reserva. Isso pode ser relacionado com o conceito de hermetismo na filosofia, onde o silêncio é considerado não apenas como ausência de palavras, mas como uma forma de preservar a integridade e a verdade, como discutido por Hermes Trismegisto em textos herméticos antigos.
Exemplos filosóficos desses pilares podem ser observados na história da filosofia, onde muitos pensadores exploraram questões de conhecimento, coragem, vontade e sigilo em suas obras, contribuindo para uma compreensão mais profunda da natureza humana e da busca por significado e sabedoria.
Os Quatro Pilares da Magia e do Ocultismo, fundamentais na prática mágica, podem ser analisados e interpretados à luz dos princípios da física, estabelecendo uma relação entre conceitos aparentemente esotéricos e as leis científicas que regem o universo. Essa abordagem comparativa proporciona insights interessantes sobre como os princípios mágicos podem se assemelhar ou contrastar com idéias científicas na física.
O pilar do "conhecer" pode ser equiparado ao princípio da observação na física quântica. Assim como na magia se busca entender a natureza das coisas para manipular o mundo espiritual, na física quântica, a observação influencia a realidade observada. Como destacado por Heisenberg (1958) em "Física e Filosofia", o observador influencia a medição, gerando paralelos com a noção de que o conhecimento pode moldar a realidade.
O "ousar" na magia, representando a coragem para explorar e desafiar, encontra paralelo no campo da física teórica. A coragem de questionar conceitos estabelecidos e explorar novos caminhos é semelhante à busca por teorias revolucionárias na física. Einstein (1930), em sua obra "Minha Visão do Mundo", discute como o pensamento ousado é essencial para avançar na compreensão do universo.
A "vontade", representada pelo terceiro pilar, pode ser comparada à energia e à força motriz na física. Na magia, à vontade direcionada é essencial para manifestar mudanças desejadas, enquanto na física, a energia é a capacidade de realizar trabalho. A analogia entre vontade e energia pode ser vista no entendimento de que ambas têm o poder de transformar a realidade conforme a intenção, como discutido por Feynman (1965) em "A Teoria Quântica".
O pilar do "calar", que preza pelo sigilo e reserva na prática mágica, pode encontrar eco na física quando se considera o conceito de informação e entropia. A preservação do sigilo pode ser associada à conservação da informação, pois revelar certos detalhes pode alterar a dinâmica de um sistema. Nesse sentido, a preservação do sigilo é comparável à preservação da informação em sistemas físicos, como discutido por Wheeler (1990) em "Informação, Física, Realidade".
Essa análise comparativa entre os Quatro Pilares da Magia e os princípios da física oferece uma perspectiva interessante, destacando semelhanças conceituais entre aspectos aparentemente distintos, e como a compreensão desses princípios pode transcender fronteiras disciplinares.
Os Quatro Pilares da Magia e do Ocultismo representam um conjunto de princípios que oferecem uma estrutura sólida e vantajosa para aqueles que se dedicam à prática mágica. Esses pilares - saber, ousar, querer e calar - apresentam uma série de benefícios e vantagens que contribuem significativamente para a eficácia e o sucesso das práticas mágicas em diversas tradições e abordagens.
Um dos principais benefícios dos Quatro Pilares é a estruturação e organização que oferecem à prática mágica. Ao seguir esses princípios, os praticantes têm um guia claro sobre como conduzir suas atividades mágicas de forma sistemática. Por exemplo, o pilar do "saber" proporciona a base do conhecimento necessário para compreender os rituais, símbolos e correspondências, aumentando a eficácia dos trabalhos mágicos (Crowley, 1929).
O ousar, segundo pilar, traz um aspecto vital à prática mágica, incentivando os praticantes a saírem da zona de conforto e a experimentarem novas abordagens. Essa coragem para explorar e enfrentar desafios permite uma maior expansão do potencial mágico individual, estimulando o crescimento espiritual e a eficácia dos rituais (Fortune, 1935).
O querer (à vontade) sendo o terceiro pilar é um fator-chave que direciona a concretização de objetivos mágicos. A habilidade de concentrar e direcionar a energia mental em direção a um objetivo específico fortalece a eficácia das práticas, permitindo que a intenção seja materializada no plano material (Regardie, 1937).
Além disso, o calar, último pilar, desempenha um papel fundamental na proteção e na preservação da energia investida nos rituais. O sigilo mantém a integridade do trabalho mágico, protegendo-o de influências externas indesejadas e preservando sua potência até o momento da manifestação desejada (Crowley, 1929).
Esses exemplos ilustram como os Quatro Pilares da Magia oferecem uma estrutura sólida e vantajosa para a prática mágica, proporcionando diretrizes claras e benefícios tangíveis para os praticantes ao garantir organização, coragem, foco e preservação da energia investida nos rituais.
Embora os Quatro Pilares da Magia e do Ocultismo possam oferecer diretrizes valiosas para os praticantes, também é importante considerar as possíveis limitações e desafios associados a esses princípios. Essas desvantagens podem se manifestar em certas situações ou contextos na prática mágica, impactando a eficácia ou gerando obstáculos para os praticantes.
Um dos contras dos Quatro Pilares é o excesso de rigidez ou dogmatismo que pode surgir ao seguir estritamente esses princípios. A interpretação inflexível dos pilares pode limitar a criatividade e a flexibilidade na prática mágica. Por exemplo, uma adesão rígida ao calar pode levar à obsessão pelo segredo, criando barreiras para a colaboração ou troca de conhecimento entre praticantes (Barrett, 2010).
Além disso, a ênfase exagerada em um pilar específico em detrimento dos outros pode levar a desequilíbrios na prática mágica. Por exemplo, um foco excessivo no "ousar" sem a devida consideração pelo conhecimento pode resultar em práticas irresponsáveis ou perigosas, prejudicando o próprio praticante ou outros ao seu redor (Kraig, 1988).
Outra desvantagem pode estar relacionada à interpretação inadequada ou superficial dos pilares, o que pode levar a uma compreensão errônea de seu significado e aplicação. Por exemplo, a interpretação limitada do pilar da "vontade" como mera determinação mental pode levar a uma abordagem simplista da magia, negligenciando a complexidade dos processos envolvidos na manifestação dos desejos (Fortune, 1935).
Esses exemplos destacam como a aplicação indiscriminada ou inadequada dos Quatro Pilares da Magia pode gerar desvantagens na prática mágica, ressaltando a importância de uma abordagem equilibrada e reflexiva ao utilizar esses princípios. Embora esses pilares forneçam uma estrutura valiosa para os praticantes, é crucial abordar as advertências e responsabilidades associadas a seu uso, reconhecendo que o exercício da magia envolve uma série de considerações éticas e práticas.
Uma advertência fundamental nos Quatro Pilares é a necessidade de equilíbrio e discernimento ao aplicar esses princípios. A ênfase em apenas um pilar em detrimento dos outros pode resultar em desequilíbrios energéticos e espirituais, comprometendo a eficácia das práticas mágicas. Como alerta Regardie (1937) em "The Golden Dawn", a prática equilibrada e a compreensão harmoniosa dos princípios mágicos são essenciais para evitar resultados indesejados.
Outra advertência importante diz respeito à responsabilidade do praticante em relação aos resultados de suas práticas mágicas. A manipulação da energia sutil para a consecução de objetivos específicos requer uma compreensão aprofundada das possíveis ramificações e consequências. Como destaca Fortune (1935) em "The Mystical Qabalah", o praticante deve estar preparado para assumir a responsabilidade pelas mudanças desencadeadas por suas ações no plano material e espiritual.
A advertência sobre a interpretação correta dos símbolos e rituais é crucial para evitar equívocos e interpretações distorcidas. A magia muitas vezes envolve o uso de símbolos arquetípicos e rituais codificados, e a interpretação inadequada pode levar a resultados imprevistos. Nesse sentido, a obra de Crowley (1929), "Magick, Book 4", enfatiza a importância da compreensão simbólica na prática mágica.
Ademais, a falta de contexto cultural ou espiritual adequado ao aplicar esses pilares também pode ser um desafio. A transposição direta desses princípios para diferentes tradições ou sistemas mágicos sem considerar suas particularidades culturais pode resultar em práticas desconectadas ou ineficazes (Greer, 2006).
Além disso, a advertência sobre o respeito às tradições e aos ciclos naturais é relevante. O uso irresponsável da magia, ignorando a importância do tempo e do contexto cultural, pode gerar desequilíbrios e perturbações na harmonia espiritual. Isso está alinhado com as reflexões de Starhawk (1979) em "The Spiral Dance", que destaca a conexão intrínseca entre a magia e a reverência à natureza.
Os quatro pilares são aplicados em diversas tradições mágicas, rituais, feitiços e práticas esotéricas ao redor do mundo. Esses princípios servem como guias fundamentais para os praticantes, independentemente da tradição específica que seguem.
Tais pilares estão presentes em todas as fases e aspectos da prática mágica. Desde o estudo e entendimento dos princípios até a execução dos rituais e a preservação do segredo, os quatro verbos são manifestados ao longo de todo o processo mágico.
Esses princípios têm sido destacados e discutidos por meio de obras renomadas no campo do ocultismo e da magia. Autores como Aleister Crowley em "Magick: Liber ABA", Eliphas Levi em "Dogma e Ritual de Alta Magia", Dion Fortune em "The Mystical Qabalah" e Gerald Gardner em "Witchcraft Today", obras de Helena Petrovsky Blavatsky no ramo da Teosofia com estudos da verdadeira vontade, oferecem saberes valiosos sobre os quatro pilares da magia.
Os quatro pilares são aplicados através do estudo aprofundado das tradições mágicas, da prática contínua e da integração dos princípios na vida cotidiana do praticante. "Saber" exige dedicação ao aprendizado contínuo, enquanto "Ousar" requer a coragem de aplicar o conhecimento adquirido. "Querer" envolve a disciplina mental para concentrar a energia e "Calar" demanda discrição e segredo na execução dos rituais.
Os quatro pilares têm um impacto significativo na eficácia e na ética das práticas mágicas. A profundidade com que são aplicados determina a qualidade dos resultados obtidos pelo praticante. Quanto mais profundamente os princípios são compreendidos e incorporados, maior a probabilidade de sucesso e autodesenvolvimento na jornada mágica.
Os quatro pilares da magia, conhecidos como os quatro verbos no contexto do ocultismo, não são apenas princípios mágicos, mas também conceitos que podem ser interpretados e analisados à luz de diversas disciplinas, incluindo Filosofia, História, Teologia, Antropologia e até mesmo em termos de misticismo e sua relação com as leis da física.
Filosoficamente, os quatro pilares da magia podem ser vistos como uma representação simbólica das diferentes fases do processo de manifestação. O "Saber" pode ser relacionado à epistemologia, à busca pelo conhecimento e à compreensão das leis universais. Como afirmado por Eliphas Levi, "o conhecimento é a luz da inteligência, a chave dos mistérios e o caminho do poder" (Levi, 1854), destacando a importância do conhecimento na busca pela verdade e pelo poder.
Filosoficamente, os quatro pilares podem ser associados aos princípios éticos e morais subjacentes à prática mágica. "Ousar" pode ser entendido como a coragem moral necessária para buscar a verdade e aplicar o conhecimento de maneira ética, evitando danos a si mesmo e aos outros. Dion Fortune reforça esse aspecto ao afirmar que "o querer é a força motriz por trás de todo ato mágico" (Fortune, 1935), indicando a importância da intenção ética e moral na prática mágica. Outro ponto de vista que podemos observar seria referente ao “Ousar”, podendo ser referido ao magista implacável que em sua amoral pratica mágica não vê limites para a execução e obtenção de seus resultados.
Do ponto de vista antropológico, os quatro pilares da magia podem ser interpretados como elementos intrínsecos à natureza humana e à busca ancestral pelo entendimento do mundo ao nosso redor. Eles refletem a necessidade humana de conhecer, explorar, manifestar desejos e preservar segredos.
Misticamente, esses pilares podem ser vistos como a expressão dos princípios universais que governam não apenas a magia, mas a própria existência. Eles representam a interconexão entre mente, vontade e a manifestação da realidade.
No entanto, é imperativo considerar tanto os aspectos positivos quanto os desafios associados a esses princípios, bem como as advertências e responsabilidades inerentes à prática mágica. Essas abordagens interdisciplinares ilustram a riqueza e a complexidade dos quatro pilares da magia, permitindo uma compreensão mais ampla de seu significado e relevância em várias áreas do conhecimento humano.
Os benefícios dos quatro pilares são evidentes na formação de uma base sólida para a prática mágica. "Saber" oferece um alicerce de conhecimento profundo, enquanto "Ousar" impulsiona a ação corajosa. "Querer" direciona a intenção e a energia, enquanto "Calar" preserva a sacralidade e a concentração necessárias para a manifestação mágica. Aleister Crowley, em sua obra "Magick: Liber ABA" (1913), destaca a importância de "ousar" como uma fonte de força e realização na magia.
Contudo, é crucial reconhecer os desafios e contrapartidas associados à prática dos quatro pilares. A busca constante por conhecimento pode levar à sobrecarga informacional e à confusão conceitual, exigindo discernimento para aplicar sabedoria prática, bem como a soberba de um Ego inflado. A coragem necessária para "Ousar" também implica enfrentar desafios e lidar com as consequências de ações mágicas. Dion Fortune, em "The Mystical Qabalah" (1935), alerta sobre a responsabilidade inerente ao "querer", destacando que a força motivadora deve ser direcionada com cuidado para evitar efeitos indesejados.
Ademais, a intenção subjacente ao "Querer" pode ser ambígua, influenciada por emoções pessoais, e é necessário um equilíbrio delicado para garantir que os desejos sejam alinhados com princípios éticos. Gerald Gardner, um dos fundadores da Wicca moderna, em "Witchcraft Today" (1954), sublinha a importância da discrição ao praticar "Calar", ressaltando que o silêncio é crucial para o florescimento da verdadeira magia É necessário que o praticante esteja ciente do impacto de seus atos na comunidade e no ambiente circundante. Dion Fortune ressalta que a magia, quando praticada de maneira inconsequente, pode resultar em efeitos prejudiciais, evidenciando a importância de uma abordagem responsável (Fortune, 1935).
Pintura de 1864, Édipo e a Esfinge de Gustave Moreau.
Os sete princípios herméticos
Texto extraído do capitulo II do livro O CAIBALION. Estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia Tradução de Rosabis Camaysar, editora Pensamento.
"Os Princípios da Verdade são Sete; aquele que os conhece perfeitamente, possui a Chave Mágica com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas completamente." - O CAIBALION-
Os Sete Princípios em que se baseia toda a Filosofia hermética são os seguintes: I. O Princípio de Mentalismo. II. O Princípio de Correspondência. III. O Princípio de Vibração. IV. O Princípio de Polaridade. V. O Princípio de Ritmo. VI. O Princípio de Causa e Eleito. VII . O Princípio de Gênero.
Estes Sete Princípios podem ser explicados e explanados, como vamos fazer nesta lição. Uma pequena explanação de cada um deles pode ser feita agora, e é o que vamos fazer.
I. O Principio de Mentalismo "O TODO é MENTE; o Universo é Mental." - O CAIBALION
Este Princípio contém a verdade que Tudo é Mente. Explica que O TODO (que é a Realidade substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia, numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais) é ESPÍRITO, é INCOGNOSCíVEL e INDÈFINFVEL em si mesmo, mas pode ser considerado como uma MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL. Ensina também que todo o mundo fenomenal ou universo é simplesmente uma Criação Mental do TODO, sujeita às Leis das Coisas criadas, e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência. Este Princípio, estabelecendo a Natureza Mental do Universo, explica todos os fenômenos mentais e psíquicos que ocupam grande parte da atenção pública, e que, sem tal explicação, seriam ininteligíveis e desafiariam o exame científico. A compreensão deste Princípio hermético do Mentalismo habilita o indivíduo a abarcar prontamente as leis do Universo Mental e a aplicar o mesmo Princípio para a sua felicidade e adiantamento. O estudante Hermetista ainda não sabe aplicar inteligentemente a grande Lei Mental, apesar de empregá-la de maneira casual. Com a Chave-Mestra em seu poder, o estudante poderá abrir as diversas portas do templo psíquico e mental do conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente. Este Princípio explica a verdadeira natureza da Força, da energia e da Matéria, como e por que todas elas são subordinadas ao Domínio da mente. Um velho Mestre hermético escreveu, há muito tempo: "Aquele que compreende a verdade da Natureza Mental do Universo está bem avançado no Caminho do Domínio." E estas palavras são tão verdadeiras hoje, como no tempo em que foram escritas. Sem esta Chave-Mestra, o Domínio é impossível, e o estudante baterá em vão nas diversas portas do Templo.
II. O Principio de Correspondência "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima." - O CAIBALION
Este Princípio contém a verdade que existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da Existência e da Vida. O velho axioma hermético diz estas palavras: "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.' A compreensão deste Princípio dá ao homem os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza. Existem planos fora dos nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o Princípio de Correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos seria impossível compreender. Este Princípio é de aplicação e manifestação universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual: é uma Lei Universal. Os antigos Hermetistas consideravam este Princípio como um dos mais importantes instrumentos mentais, por meio dos quais o homem pode ver além dos obstáculos que encobrem à vista o Desconhecido. O seu uso constante rasgava aos poucos o véu de Isis e um vislumbre da face da deusa podia ser percebido. Justamente do mesmo modo que o conhecimento dos Princípios da Geometria habilita o homem, enquanto estiver no seu observatório, a medir sóis longínquos, assim também o conhecimento do Princípio de Correspondência habilita o Homem a raciocinar inteligentemente, do Conhecido ao Desconhecido. Estudando a mônada, ele chega a compreender o arcanjo.
III. O Princípio de Vibração "Nada está parado; tudo se move; tudo vibra." - O CAIBALION Este Princípio encerra a verdade que tudo está em movimento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E contudo este Princípio hermético foi enunciado há milhares de anos pelos Mestres do antigo Egito. Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. A vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada. Na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações são tão vagarosas que parecem estar paradas. Entre estes pólos existem milhões e milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo está em movimento vibratório. Isto é verdade nos planos da energia e da força (que também variam em graus de vibração); nos planos mentais (cujos estados dependem das vibrações), e também nos planos espirituais. O conhecimento deste Princípio,' com as fórmulas apropriadas, permite ao estudante Hermetista conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros. Só os Mestres podem aplicar este Princípio para a conquista dos Fenômenos Naturais, por diversos meios. "Aquele que compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do poder", diz um escritor antigo.
IV. O Principio de Polaridade "Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto;o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados." - O CAIBALION
Este Princípio encerra a verdade: tudo é Duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o seu oposto, que formava um velho axioma hermético. Ele explica os velhos paradoxos, que deixaram muitos homens perplexos, e que foram estabelecidos assim: A Tese e a Antítese são idênticas em natureza, mas diferentes em grau; os opostos são a mesma coisa, diferindo somente em grau; os pares de opostos podem ser reconciliados; os extremos se tocam; tudo existe e não existe ao mesmo tempo; todas as verdades são meias-verdades; toda verdade é meio- falsa; há dois lados em tudo, etc., etc. Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos, e que os opostos são simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença em variação de graus. Por exemplo: o Calor e o Frio, ainda que sejam; opostos, são a mesma coisa, e a diferença que há entre eles consiste simplesmente na variação de graus dessa mesma coisa. Olhai para o vosso termômetro e vede se podereis descobrir onde termina o calar e começa o frio! Não há coisa de calor absoluto ou de frio absoluto; os dois termos calor e frio indicam somente a variação de grau da mesma coisa, e que essa mesma coisa que se manifesta como calor e frio nada mais é que uma forma, variedade e ordem de Vibração. Assim o calor e o frio são unicamente os dois pólos daquilo que chamamos Calor; e os fenômenos que daí decorrem são manifestações do Princípio de Polaridade. O mesmo Princípio se manifesta no caso da Luz e da Obscuridade, que são a mesma coisa, consistindo a diferença simplesmente nas variações de graus entre os dois pólos do fenômeno Onde cessa a obscuridade e começa a luz? Qual é a diferença entre o grande e o pequeno? Entre o forte e o fraco? Entre o branco e o preto? Entre o perspicaz e o néscio? Entre o alto e o baixo? Entre o positivo e o negativo. O Princípio de Polaridade explica estes paradoxos e nenhum outro Princípio pode excedê-lo. O mesmo Princípio opera no Plano mental. Permitiu-nos tomar um exemplo extremo: o do Amor e o ódio, dois estados mentais em aparência totalmente diferentes. E, apesar disso, existem graus de ódio e graus de Amor, e um ponto médio em que usamos dos termos Igual ou Desigual, que se encobrem mutuamente de modo tão gradual que às vezes temos dificuldades em conhecer o que nos é igual, desigual ou nem um nem outro. E todos são simplesmente graus da mesma coisa, como compreendereis se meditardes um momento. E mais do que isto (coisa que os Hermetistas consideram de máxima importância), é possível mudar as vibrações de ódio em vibrações de Amor, na própria mente de cada um de nós e nas mentes dos outros. Muitos de vós, que ledes estas linhas, tiveram experiências pessoais da transformação do Amor em ódio ou do inverso, quer isso se desse com eles mesmos, quer com outros. Podeis pois tornar possível a sua realização, exercitando o uso da vossa Vontade por meio das fórmulas herméticas. Deus e o Diabo, são, pois, os pólos da mesma coisa, e o Hermetista entende a arte de transmutar o Diabo em Deus, por meio da aplicação do Princípio de Polaridade. Em resumo, a Arte de Polaridade fica sendo uma fase da Alquimia Mental, conhecida e praticada pelos antigos e modernos Mestres Hermetistas. O conhecimento do Princípio habilitará o discípulo a mudar a sua própria Polaridade, assim como a dos outros, se ele consagrar o tempo e o estudo necessário para obter o domínio da arte.
V. O Principio de Ritmo "Tudo tem fluxo e refluxo; tudo ,em suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação." - O CAIBALION
Este Princípio contém a verdade que em tudo se manifesta um movimento para diante e para trás, um fluxo e refluxo, um movimento de atração e repulsão, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma maré enchente e uma maré vazante, uma maré -alta e uma maré baixa, entre os dois pólos, que existem, conforme o Princípio de Polaridade de que tratamos há pouco. Existe sempre uma ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma subida e uma descida. Isto acontece nas coisas do Universo, nos sóis, nos mundos, nos homens, nos animais, na mente, na energia e na matéria. Esta lei é manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e na queda das nações, na vida de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do Homem (e é com estes últimos que os Hermetistas reconhecem a compreensão do Princípio mais importante). Os Hermetistas compreenderam este Princípio, reconhecendo a sua aplicação universal, e descobriram também certos meios de dominar os seus efeitos no próprio ente com o emprego de fórmulas e métodos apropriados. Eles aplicam a Lei mental de Neutralização. Eles não podem anular o Princípio ou impedir as suas operações, mas aprenderam como se escapa dos seus efeitos na própria pessoa, até um certo grau que depende do Domínio deste Princípio. Aprenderam como empregá-lo, em vez de serem empregados por ele. Neste e noutros métodos consiste a Arte dos Hermetistas. O Mestre dos Hermetistas polarizasse até o ponto em que desejar, e então neutraliza a Oscilação Rítmica pendular que tenderia a arrastá-lo ao outro pólo. Todos os indivíduos que atingiram qualquer grau de Domínio próprio executam isto até um certo grau, mais ou menos inconscientemente, mas o Mestre o faz conscientemente e com o uso da sua Vontade, atingindo um grau de Equilíbrio e Firmeza mental quase impossível de ser acreditado pelas massas populares que vão para diante e para trás como um pêndulo. Este Princípio e o da Polaridade foram estudados secretamente pelos Hermetistas, e os métodos de impedi-los, neutralizá-los e empregá-los formam uma parte importante da Alquimia Mental do Hermetismo.
VI. O Principio de Causa e Efeito "Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei." - O CAIBALION
Este princípio contém a verdade que há uma Causa para todo o Efeito e um Efeito para toda a Causa. Explica que: Tudo acontece de acordo com a Lei, nada acontece sem razão, não há coisa que seja casual; que, no entanto, existem vários planos de Causa e Efeito, os planos superiores dominando os planos inferiores, nada podendo escapar completamente da Lei. Os Hermetistas conhecem a arte e os métodos de elevar-se do plano ordinário de Causa e Efeito, a um certo grau, e por meio da elevação mental a um plano superior tomam-se Causadores em vez de Efeitos. As massas do povo são levadas para a frente; os desejos e as vontades dos outros são mais fortes que as vontades delas; a hereditariedade, a sugestão e outras causas exteriores movem-nas como se fossem peões no tabuleiro de xadrez da Vida. Mas os Mestres, elevando-se ao plano superior, dominam o seu gênio. cara 'ter, suas qualidades, poderes, tão bem como os que o cercam e tornam-se Motores em vez de peões. Eles ajudam a jogar a criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sem partida da vida, em vez de serem jogados e movidos por outras vontades e influências. Empregam o Princípio em lugar de serem seus instrumentos. Os Mestres obedecem à Causalidade do plano superior, mas ajudam a governar o nosso plano. Neste preceito está condensado um tesouro do Conhecimento hermético: aprenda-o quem quiser.
VII. O Principio de Gênero "O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos." - O CAIBALION Este princípio encerra a verdade que o gênero é manifestado em tudo; que o princípio masculino e o princípio feminino sempre estão em ação. Isto é certo não só no Plano físico, mas também nos Planos mental e espiritual. No Plano físico este Princípio se manifesta como sexo, nos planos superiores toma formas superiores, mas é sempre o mesmo Princípio. Nenhuma criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sem este Princípio, A compreensão das suas leis poderá esclarecer muitos assuntos que deixaram perplexas as mentes dos homens. O Princípio de Gênero opera sempre na direção da geração, regeneração e criação'. Todas as coisas e todas as pessoas contêm em si os dois Elementos deste grande Princípio. Todas as coisas machos têm também o Elemento feminino; todas as coisas fêmeas têm o Elemento masculino. Se compreenderdes a filosofia da Criação, Geração e Regeneração mentais, podereis estudar e compreender este Princípio hermético. Ele contém a solução de muitos mistérios da Vida. Nós vos advertimos que este Princípio não tem relação alguma com as teorias e práticas luxuriosas, perniciosas e degradantes, que têm títulos empolgantes e fantásticos, e que nada mais são do que a prostituição do grande princípio natural de Gênero. Tais teorias, baseadas nas antigas formas infamantes do Falicismo, tendem a arruinar a mente, o corpo e a alma; e a Filosofia hermética sempre publicou notas severas contra estes preceitos que tendem à luxúria, depravação e perversão dos princípios do Natureza. Se desejais tais ensinamentos podeis procurá-los noutra parte: o Hermetismo nada contém nestas linhas que sirva para vás. Para aquele que é puro, todas as coisas são puras; para os vis, todas as coisas são vis e baixas.
Fonte da imagem: Tiepolo, Giovanni - Deckenfresko im Treppenhaus der Würzburger Residenz - Detail Merkur
Micro e o macrocosmo
O micro e o macrocosmo são os dois cosmos que encontram-se em nosso ser e em toda a realidade. Do latim realitas, a palavra realidade significa "tudo o que existe". O termo inclui em um sentido mais livre de sua essência, tudo o que é, foi ou será. Sendo ou não perceptível a nós, o acessível e inacessível, ou entendido ou não pela filosofia e pela ciência.
O microcosmo, é o nosso universo interior, visto de um ponto de vista pessoal e subjetivo, ele é o nosso interior, nosso ser, quem realmente somos nossa verdadeira essência, o nosso espirito, sentimentos e consciência divina, em um ponto de vista literal ele seria as nossas células, fauna e flora bacteriana, nossos átomos, etc...
O nosso microcosmo, nosso ser, nosso espirito é apenas uma centelha divina, sendo assim os Deuses expressam suas faces, suas forças não apenas na natureza exterior, mas também como na natureza interior de cada ser vivo. Este é um complexo mundo, em que varias áreas de conhecimento falam para nos termos autoconhecimento, visão interior das varias camadas de nosso ser, conhecendo nossa luz, mas também nossa sombra, fazendo assim ambas as forças e faces de nos mesmos estarem em equilíbrio. Conheça a ti mesmo para conhecer o universo e aos Deuses como dizia Sócrates.
O microcosmo é um universo único, pois é o interior de cada ser vivo, é como cada um enxergam o mundo exterior, pois isto se torna complexo, único, contendo a essência e o poder pessoal de cada ser. Cada um possui um universo, um mundo dentro de si que é único não sendo igual a nenhum outro, e ainda complexo, cada um de nós carrega sua historia, mascaras, faces, níveis de consciência, sentimentos e personalidades, Animos e Animas, assim como nossas sombras que por vezes se ocultam de nós mesmos, por isso desconhecidas. Nós somos como galáxias dentro do universo se compararem ao macrocosmo, ou as varias camadas de uma cebola.
O macrocosmo é a síntese das energias condensadas da natureza e da realidade como um todo, e da realidade de outros planos que também se incluem. O macrocosmo é a imensidão dos céus, a profundidade das águas azuis do oceano, todo o universo é composto por vários animais e rochas e outros seres. Este possui a união do nosso universo microcósmico junto ao universo exterior ao ser, o plano em que vivemos independentes do nível espiritual e físico, o universo em um nível maior, objetivo e coletivo. Onde se aplica as leis da natureza , da física e espirituais.
Este é identificado por vezes com o Universo, o mundo orgânico, ora como o cosmos dos corpos grandiosos, possuidor das leis magnas, leis da física, e conjuntos estelares, planetários, galácticos e do que possa ser considerado de tal forma. Tendendo a exatamente ser o oposto complementar do microcosmo. Porem a grandeza dos corpos pode ser subjetivo, a exemplo disto vamos comparar de tal forma: Nós em comparação a uma formiga somos enormes, porem em comparação ao sol, somos apenas pó. Esta é uma designação dada ao universo visto como uma realidade em elevação e grandeza, referindo-se a uma das visões do cosmos onde as partes refletem o todo. Está intimamente associado ao hermetismo com sua premissa de "como acima, tão abaixo". A mesma foi conceituada por Pitágoras, que observava no cosmos e no corpo como uma unidade harmoniosa.
O corpo humano é o microcosmo da terra, a terra é o microcosmo da galáxia, a galáxia o microcosmo do universo, e o universo este sendo a síntese da própria existência, a síntese de tudo o que existe, este é o uno. Em outras palavras somos um reflexo do micro e macrocosmo. É importante percebermos que nosso universo compartilha de formas iguais como os átomos que refletem o sistema solar, ou a espiral cósmica que é refletida em todos nós e em toda a realidade. A Sequência de Fibonacci assim como é chamada, reflete a matemática e a espiral sagrada dos Deuses em todo o universo, demonstrando assim o micro e o macrocosmo em sua perfeita harmonia. A concha de um caramujo, um camaleão, as trombas dos elefantes, girassóis, pinhas, o corpo humano, o Paternon, um tornado entre tantas outras coisas da nossa realidade trazem essa manifestação.
Meditação com o micro e macrocosmos
Sente-se, relaxe e feche os olhos. Coloque uma musica para meditação, pode ser com tambores, ou musica xamã com tambores lakota, pois os tambores nos ajuda a ficar em transe mais rápido. Neste momento concentre-se, e esvazie toda sua mente.
Visualize você no universo, observe atentamente cada estrela, cada planeta, asteroide e lua, sinta a presença de todo o universo, sinta a leveza sobre seu corpo e o nada debaixo de seus pés. Sinta tudo oque compõe o macrocosmo sinta a presença dos Deuses neste espaço.
Depois se aproxime do nosso sistema solar. Contemple todos os planetas girando sobre o sol, contemple a energia cósmica de todo o nosso sistema solar. Cada lua, planeta, asteroide, poeira e a estrela que o compõe. Fique observando apenas neste estado de leveza e se sinta flutuando sobre ele, o contemple!
Dessa sobre o nosso planeta, e voe por cada paisagem linda que o compõem. Observe e o contemple! Veja os desertos, os lagos, os campos, as montanhas, os bosques, a neve, o mar, a praia, os morros e colinas verdes cheias de animais. Observe e contemple nesse estado de leveza.
Agora aproxime-se de onde você está neste momento fisicamente e dentro de você visualize uma escada que desce sobre um abismo escuro, e nesse abismo você começa a visualizar tudo o que compõe o seu Eu, lembranças, sentimentos, ações que você faria em determinadas situações, e a cada segundo que você desce você se conecta mais ainda com a sua essência, com o seu Eu e vai adquirindo mais auto conhecimento.
Tente sentir a sua própria energia, sinta o sentimento que ela te traz, veja ela como um fogo que sai de seu corpo na cor de sua aura. Sinta o seu eu em todas as suas faces. Relembre de todos os seus choros e de todos os seus sorrisos. Sinta o sue Eu sexual, o seu Eu amoroso, o seu Eu explosivo e raivoso, e o seu Eu materialista. Sinta-se, sinta todo o seu corpo, todos os órgãos e todas as células. Contemple-se!
Quando acabar de se contemplar volte por essa escada, desperte do transe e abra os olhos. Se estiver utilizando um sino é a hora de utilizar para despertá-lo. Podemos utilizar essa meditação á a cada vez em que quisermos nos aprofundar em nossos universos.
Imagem de The art of living
O Uno
Pode ser dito como o macrocosmo, o universo maior a síntese e composição de tudo e todas as coisas, a existência por si própria à síntese e composição de vários universos menores que estão dentro da existência e formando algo maior.
Todos os planos, planetas e galáxias compartilhando da existência. Tudo é uno e não só por residir em um único universo com sua ramificação em todos os outros planos, mas como também todo ser material e imaterial, orgânico ou inorgânico são unos, possuem uma centelha divina no todo, sendo assim o todo é uno e é único.
Dois corpos materiais e imateriais podem ser semelhantes porem nunca serão os mesmo. Ate mesmo a matéria inorgânica é uno e é única, pois podemos dizer que possuem o mapa do universo em si, os genes da genética do casal cósmico.
Uno vem do latim Unus, que significa único, indivisível. Fala que qualquer matéria, entidade e energia sendo ela individual ou não, confere uma identidade que confere a ideia de unidade. Tudo faz parte do todo e sendo ele o uno, e cada coisa sua própria particularidade. Tudo possui uma natureza e identidade distintas que é complementar em comunhão a outro corpo, físico, espiritual ou mental. Cada um de nos somo unos, pois somos únicos em identidade, corpo físico, pensamentos, sentimentos, visão de mundo, e energia, nem mesmo seus corpos com o passar do tempo serão o mesmo. Somos únicos pela junção de tudo o que compõe o nosso ser, não a nada no universo que será, que é ou foi igual a nós, somos unos, pois somos plenos em nos mesmos e em cada um há uma centelha divina.
Meditação com o Uno
Sente-se relaxe e feche os olhos. Coloque uma musica para meditação e prepare o ambiente com incensos ou algum aroma ou perfume.
Visualize-se caminhando em um bosque, veja e sinta tudo o que o compõe, caminhe e veja o qual importante é cada planta, cada animal, cada inseto. Veja o quão importante é aquelas planta para aqueles animais que a comem. Veja o quão importante é aquele animal para alimentar os outros. Agora você pode visualizar uma fêmea alimentando suas crias ou um animal devorando da carne do outro, mas reflita em tantas mortes que ocorreriam se esse desequilíbrio acontecesse. Visualize um sapo ou algum animal que se alimente de insetos, e reflita no quão importante é isso para o equilíbrio. A ordem se alimenta do caos, a vida se alimenta da morte, assim o ciclos de renascimento continuam a manter o mundo.
Agora visualize um rio e um lago imenso. Veja todas essas criaturas se banhando e se hidratando bebendo daquela água, veja e sinta a água no seu corpo te hidratando. Agora veja esse mesmo lugar secando, ficando sem nenhuma gota de água, e virando o deserto mais seco de todo o planeta. Veja todos os animais agora que estavam se banhando e se hidratando quando bebiam daquela água, agora todos mortos, todos eles agora viraram cadáveres secos. Sinta você mesmo com sede. Não há nenhuma chuva para molhar as plantas do bosque, que já não existem mais ali. E reflita no quão importante é a água para a existência, assim como tudo oque compões a natureza em sua plenitude. Veja e sinta a importância ate mesmo da morte para o equilíbrio da existência.
Sinta o seu corpo mais leve como o ar agora e se deixe levar por ele. Veja as nuvens e sinta o todo, sinta cada detalhe, todas as nuvens que são como algodoes, leves sobre o ar. Respire profundamente enquanto contempla os céus. Preste atenção neste momento em sua respiração. Agora visualize-se perdendo o ar, enquanto ele deixa de existir e veja e reflita o quão importante é o ar e todos os gazes que o compõe para a existência.
Agora vá mais acima e veja como todos os planetas compõe o nossos sistema solar. Veja a poeira, os planetas, as luas, os anéis de saturno e asteroides que compõe todo o sistema solar e as estrelas de todo o universo. Na imensidão do espaço sinta e veja o quão importante é cada coisa para a formação do uno. Reflita que ate mesmo um grão de areia é importante para a composição de um imenso deserto. Depois da sua contemplação, volte para a terra, para o bosque e logo depois para o seu corpo. Quando estiver preparado abra os olhos e de forma lenta e suave faça o sino soar.
Imagem extraída da internet
Energia eletromagnética na magia
É muito importante estudarmos sobre este assunto entender mais sobre energias. Albert Einstein dizia que a matéria é energia condensada, por conta disso vivemos em meio a energias. Neste tema estudaremos sobre os cinco elementos e suas aplicações com os fluidos elétrico, magnético e eletromagnético. Tudo o que é matéria é formado por átomos e moléculas, esses átomos e moléculas vibram e produzem um campo eletromagnético, esse campo é o mesmo que a aura. O campo eletromagnético humano foi comprovado pela ciência através da foto de Kirlian, além dos humanos, plantas e animais, planetas, cristais e objetos também possuem tais campos eletromagnético. Estudos atuais do meio cientifico traduzem a aura como o chamado expossoma humano. O nosso planeta assim como muitos outros possuem um campo magnético, a magnetosfera, que assim como uma aura protege alguém de certas influencias. A magnetosfera também protege os planetas que o possui de determinadas energias e demais perigos, geralmente de energias ultra violeta com intensidade demasiada acabam com a vida no planeta se ele estiver em distancias adequadas, alem do planeta ser protegido por meteoros entre outras coisas que podem devasta-lo. Uma maça, quando cortada verticalmente apresenta um formato semelhante ao do campo magnético da Terra e da aura humana. Veja a seguir os exemplos:
Imagem de ActivismMedia_2013Jan13.docx
Imagem extraída do Printerest
Imagem extraída da internet
Vamos falar agora sobre os elementos com as ondas. O fogo: O fogo por si só já emana luz que é uma onda eletromagnética, ou fluido luminoso como os magos da alta magia chamam, mas referem se a luz astral. Na pratica magica, quando queimamos determinada erva a chama libera a energia dela no campo eletromagnético da luz do fogo, assim a energia etérea e magica daquela planta é mandando para o universo ou para determinado Divindade ou espirito resultante da operação magica. Além disso por ser eletromagnético ele já é também elétrico, que impulsiona e alimenta com mais energia o feitiço pois emana energia, podemos dar um exemplo em combustão , que determinado material é queimado e transformado em luz e calor, ou combustível do carro é queimado fazendo assim o carro ter força para andar. É magnético Pelo campo que ele emana a partir da luz.
A água: A água é um elemento elétrico, poiso movimento dela gera energia elétrica, a partir da energia cinética, um exemplo disso são as usinas hidrelétricas. A água chamamos de elemento passivo, pois ela recebe a energia , ela conduz muito bem energias etéreas e magicas e quando esta salinizada conduz muito bem energia elétrica. Na pratica magica a água é receptível as energias. Podendo espalhar as energias que queremos mais fácil através deste elemento, como um óleo que impregna algum objeto com sua viscosidade e propriedades.
O ar : O ar assim como a água é um elemento elétrico, pois o movimento deste a partir da energia cinética gera energia elétrica, um exemplo disso são as usinas eólicas. Na pratica magica o ar leva a energia através de ondas mecânicas, do mesmo jeito que leva a energia do som de um tambor. As tempestades são um outro exemplo para observarmos desse elemento. Através de tempestades os céus são Ionizados causando descargas elétricas trazendo a tona os raios, relâmpagos e trovoes.
A terra: A terra é um elemento magnético, pois produz em nosso planeta um campo magnético que é gerado pelo núcleo da terra que é composto de Ferro (Fe) e Níquel (Ni), que exerce um campo de força contra os raios ultra violeta, igualo nosso campo áurico. A terra é também chamado de elemento passivo pois absolve energias assim como faz com o fio terra. Na pratica magica a energia da terra funciona na equivalência de um ima em feitiços, utilizamos um dos polos para repelir oque não queremos e em outro polo oque queremos atrair. Em feitiços de prosperidade por exemplo utilizamos os polos para primeiramente repelir toda a pobreza ou falta de prosperidade e no opostos para atrair o desejado.
A quinta essência: O espirito ou chamado também de Akasha é o quinto elemento. Ele é a junção de todos os outros quatro elementos é a energia vital e etérea, é a junção de todas as coisas do universo. Muitos chamam de ki, mana, akasha e muitos outros nomes em diversas outras culturas. É o fluido universal que mantem a dança da vida. É o espaço vazio na natureza, mas ao mesmo tempo esta em tudo. Muitas vezes não é compreendido, mas sim sentido. A ciência o chama em uma escala de macrocosmo de matéria escura o que uni todo o universo, ou o vácuo do espaço, ou ate mesmo a energia calórica que mantem nosso corpo vivo em uma escala de microcosmo. Este liga todas as coisas formando assim uma grande teia, este também compõem o cordão de prata que liga nosso corpo espiritual ao nosso corpo. Na pratica magica é a energia do nosso corpo que podemos manipular, seja mentalmente, sexualmente ou de algum outra forma. Assim ficando a base do caminho magico os cinco elementos: Aguá –fluido elétrico; Fogo – fluido eletromagnético; Ar – fluido elétrico; Terra – fluido magnético e o fluido akashico é oque une o todo.
Resumo desta pagina
Mapa mental desenvolvido para ilustrar os conceitos basicos de magia presentes nesta pagina.